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Ozempic e
tirzepatida: entenda a nova onda de remédios contra obesidade
Para
auxiliar pessoas com obesidade que não conseguem diminuir o peso, descobriu-se
que alguns medicamentos pensados inicialmente para pacientes com diabetes podem
ajudar a controlar a fome e reduzir a quantidade de comida ingerida.
No
Brasil, apesar de ainda não ter indicação específica para sobrepeso, o Ozempic
(semaglutida) é a opção mais popular. Porém, o Mounjaro (tirzepatida) aguarda
autorização da Anvisa para entrar no mercado e também mostra bons resultados
nos estudos clínicos feitos com pessoas obesas.
Ambos
são medicamentos promissores tanto para melhorar a saúde metabólica,
proporcionar a perda de peso e reduzir o nível de açúcar no sangue, quanto para
prevenir eventos cardiovasculares, entre eles o ataque cardíaco e o acidente
vascular cerebral (AVC).
Mas
qual é a diferença entre os dois remédios? O médico endocrinologista Bruno
Babetto, especialista em metabologia, explica ao Metrópoles o
que é preciso saber sobre o Ozempic e o Mounjaro antes de iniciar qualquer tipo
de tratamento. Confira:
1. O
que é preciso saber sobre os medicamentos contra a obesidade?
“O mais importante é estar ciente de que nenhum deles é um remédio mágico para
a perda de peso. O Ozempic e o Mounjaro são medicamentos que facilitam o
emagrecimento e auxiliam na manutenção de hábitos saudáveis, mas não diminuem
os números da balança por conta própria”, explica o especialista. Ele afirma
que eles devem ser combinados com outras táticas para apoiar a saúde
metabólica, como modificações na dieta, prática de exercícios e sono adequado.
2.
Quais as diferenças entre os dois medicamentos?
O Ozempic é um remédio criado, a princípio, com a finalidade de controlar a
diabetes tipo 2 em adultos, e deve ser utilizado em conjunto com dieta e
exercício. Ele está disponível no Brasil desde 2018 e só pode ser
comercializado com receita médica. O medicamento é injetado sob a pele no
abdômen, na coxa ou na parte superior do braço, e as doses são semanais.
Na
prática, os endocrinologistas têm prescrito a semaglutida também para tratar
pacientes com sobrepeso ou obesidade – uma doença crônica que abre portas para
vários outros problemas, como pressão alta, diabetes, colesterol e
triglicérides altos, gordura no fígado, doenças cardíacas, apneia do sono e até
câncer.
A
medicação ainda não é recomendada oficialmente no Brasil para o tratamento de
obesidade ou perda de peso. Mas, de acordo com Babetto, nos Estados Unidos os
fármacos com a substância ativa semaglutida já são aprovados para uso por
pessoas obesas ou com sobrepeso, que não são, necessariamente, diabéticas.
O
médico acredita que o uso para as mesmas finalidades pode ser aprovado em breve
no Brasil, pois estudos comprovam que o medicamento leva a uma redução de até
15% do peso corporal de pacientes com sobrepeso e obesidade ao longo de um ano
e meio.
Mas o
especialista ressalta que, antes de usar o remédio como alternativa “off label”
(fora da bula) para emagrecimento,” é preciso que o paciente seja submetido a
uma análise rigorosa e acompanhamento médico”. Há um entendimento entre
endocrinologistas de que o remédio deve ser prescrito para pessoas com índice
de massa corpórea (IMC) entre 28 e obesidade grave.
4.
Quais as contraindicações?
Em nenhuma situação o medicamento deve ser aplicado sem acompanhamento nem
indicação médica, pois as doses e o tempo de tratamento variam para cada
paciente. O uso sem supervisão pode trazer sérias consequências, como alergias
graves aos componentes e efeitos colaterais como diarreia, vômitos, enjoos e
recuperação do peso perdido.
Além
disso, há contraindicações para gestantes, mulheres que amamentam, pessoas com
problemas no fígado ou no pâncreas, ou com histórico de câncer como o de
tireoide na família.