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Exame
oftalmológico é principal ferramenta para prevenção de 'doenças silenciosas'
Com a pandemia foram
aprendidos cuidados diários essenciais para a prevenção de doenças. Mas
quando o quesito é saúde ocular, o exame oftalmológico regular é importante
para favorecer a detecção precoce de diversas doenças que são silenciosas,
possibilitando cuidados específicos. O alerta é da oftalmologista e professora
do curso de Medicina da UniFTC, Isabela Guerra.
A especialista explicou, em
entrevista ao Bahia Notícias, que muitas pessoas acham que ir ao oftalmologista
serve apenas para troca de óculos. Porém, a visita ao médico auxilia no
exame mais amplo da saúde dos olhos, inclusive para análise de doença como glaucoma,
alterações na retina, como também descolamento de retina e retinopatia
diabética. "Existem doenças que são silenciosas, do ponto de vista
clínico, que só são detectadas através do exame do oftalmologista”, destacou
Isabela.
Além da importância do exame regular de vista, muitas pessoas não sabem
que o relatório oftalmológico é um direito do paciente. Conforme a médica, toda
vez que um paciente desejar ser informado o que foi feito durante o
procedimento e o que foi encontrado no seu exame, ele tem o direito de pedir o
relatório, e o médico tem a obrigação de fazer esse documento.
“Existem pacientes que querem esse relatório porque vieram encaminhados
pelo endocrinologista para fazer o rastreio de retinopatia diabética, e
geralmente fazemos o relatório e entregamos ao paciente para que ele leve para
o médico endocrinologista para que saiba, do ponto de vista clínico, como está
aquela retina. Outro profissional que temos costume de mandar [o documento] é o
médico pediatra, que encaminha os pacientes para fazer o exame periódico e
enviamos o relatório médico para que o especialista tenha noção de como está a
saúde ocular dos pacientes”, apontou.
Entre os problemas que podem
acometer crianças, Isabela cita o erro refracional não corrigido, que é quando
a criança precisa usar óculos, mas não vai ao oftalmologista e não enxerga bem
por conta daquilo, o que pode desenvolver uma ambliopia. “A ambliopia,
conhecida como olho preguiçoso, geralmente por erro refrativo não corrigido, ou
seja, uma hipermetropia que é muito alta, um astigmatismo muito alto, uma
miopia… o cérebro não aprende a enxergar por aquele olho que está com o
problema e isso é extremamente silencioso, porque a criança enxerga bem de um
olho e não pelo outro olho e a criança não vai chegar e falar, por exemplo, que
o olho direito não está vendo bem. Com a criança indo ao oftalmologista, o
especialista consegue quantificar a visão do paciente e dizer se o paciente
está com a visão reduzida”, informou.
Como orientação, a oftalmologista recomenda que adultos façam o exame uma
vez ao ano como consulta de rotina. Já crianças com menos de 1 anos de idade,
além do teste do olhinho, pelo menos uma consulta a cada seis meses, e após os
dois anos de idade essa consulta vai ficando mais espaçada para uma vez por
ano.
“Estamos no
'Maio Verde', que é o mês de conscientização do glaucoma. O glaucoma é uma das
principais causas de cegueira não reversível no mundo, uma doença extremamente
silenciosa. A doença é uma neuropatia crônica que vai progredindo e as pessoas
vão perdendo o campo visual periférico e se não tratar pode evoluir para
cegueira. Através do exame, o oftalmologista vai detectar que aquele paciente
tem ali a doença ou é um suspeito de vir a desenvolver a doença. O exame
oftalmológico é importante para fazer a detecção de doenças que são silenciosas
e são nocivas à saúde”, ressaltou Isabela.