divulgação (Foto: Jefferson Peixoto / Secom PMS)
Mais da metade
da população baiana não foi vacinada com D3 contra Covid-19
Apesar da autorização do
Ministério da Saúde para a segunda dose de reforço contra a Covid-19 (veja
aqui), a Bahia ainda tem números tímidos quanto a aplicação da terceira dose.
De acordo com dados da Secretaria
de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), cerca de 4,7 millhões de pessoas foram
vacinadas nas 417 cidades baianas, um total de 42,3% dentro do universo de 11,1
milhões com idade acima de 18 anos, o público-alvo da terceira dose.
Com isso, aproximadamente 57%,
mais da metade dos baianos que deveriam ter cumprido mais uma etapa da
estratégia de imunização, não o fizeram até esta segunda-feira (28). Iguaí, no
Sudoeste, é a campeã das pessoas com a D3 em atraso. Com público-alvo estimado
em 19,7 mil doses, apenas 409 foram aplicadas - algo em torno de 2% de
cobertura.
Bonito, no Centro-Leste, vem logo
em seguida. No município, das 11,5 mil, somente 397 doses foram manejadas (3,4%
do que foi esperado).
No extremo oposto dos dados,
dentre os municípios que mais aplicaram o reforço, Boninal, na região Centro-Leste,
lidera o ranking. Com 11,7 mil doses, a cidade superou, inclusive, o número
estimado, que era de 10,6 mil.
Ao Bahia Notícias, a Sesab
informou que os números abaixo do ideal podem ser resultantes de um
"descompasso" no registro das doses nos sistemas de informações
oficiais. Assim, o ritmo de aplicação pode não ser o mesmo do lançamento na
base de dados.
"As secretarias municipais
de saúde precisam alimentar dois sistemas, o SIPNI (Sistema de Informações do
Programa Nacional de Imunizações do MS e o BI da Sesab, conforme pactuação
intrafederativa da CIB, Comissão Intergestores Bipartite, que reúne estado e
municípios", alegou a pasta.
Para reduzir o fosso entre as
marcas de vacinação ideais e as praticadas, a Saúde do estado disse que
"vem realizando, regularmente, divulgações sobre a importância da
atualização vacinal para garantir uma resposta imune mais eficaz, incluindo as
doses de reforço".
A necessidade de cada município
quanto ao manejo das doses é definida a partir de levantamentos feitos por cada
prefeitura, que comunica para a secretaria estadual sobre o envio de novas
remessas, conforme a demanda da população.
Conforme informou a Sesab ao
Bahia Notícias, há um acompanhamento das centrais estaduais e regionais acerca
da aplicação das doses nos municípios de abrangência, para que possam gerir os
estoques e, em caso de não aplicação, remanejar lotes.
TENDÊNCIA NACIONAL
O índice de faltosos da terceira dose da vacina
contra a Covid-19 no estado da Bahia segue uma tendência nacional. No Brasil
inteiro, segundo informações do Ministério da Saúde, até a semana passada, nem
metade da população brasileira havia tomado a terceira dose do imunizante. E,
nos últimos meses, a procura pelo reforço tem caído.
Dados disponibilizados na plataforma
Localiza SUS indicam que no mês de janeiro houve um pico nas doses aplicadas,
com mais de 17 milhões de pessoas que receberam a terceira dose. Em fevereiro,
o número caiu para pouco mais de 12,5 milhões de cidadãos e, até a segunda
quinzena de março, o país registra perto de 4,5 milhões.
Em reportagem, a CNN Brasil
apontou que em vários pontos a terceira dose é vista como um desafio. Em
Palmas, no Tocantins, apenas 26,52% da população conta com o reforço no cartão
de imunização, enquanto em Rondônia a cobertura é de 28,5%. O índice que sobe
para 37,62% no Distrito Federal.