divulgação (Foto: Bruno Concha / Secom PMS)
Com vacinação
contra Covid-19, lixo hospitalar chegou a dobrar de volume em Salvador
A utilização de agulhas, seringas e outros materiais
utilizados na campanha de vacinação contra a Covid-19 fez o volume dos resíduos
recolhidos em unidades hospitalares do município de Salvador aumentar em 27,7%
entre 2020 e 2021.
A média de resíduos coletados,
que era de 18.355,01 kg no início da pandemia da Covid-19, saltou para os
23.452,67 kg registrados no ano passado. Os dados são da Secretaria Municipal
de Saúde (SMS) da capital baiana, que mantém um contrato com uma empresa
especializada para o recolhimento e correta destinação do lixo.
Segundo a gestão, não estão
inclusas neste quantitativo as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), os
Multicentros, o Hospital Municipal de Salvador (HMS) e outros equipamentos
administrados por organizações sociais (OS), que têm contratações próprias.
O levantamento mostra ainda que
houve um aumento mensal desde o início da imunização. Em fevereiro de 2020, um
mês antes da crise sanitária ser decretada pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), 14.547,27 quilos foram coletados, enquanto em dezembro, último mês que
aparece nos registros cedidos pela secretaria, o volume foi de 21.763,87
quilos.
Já no último mês de julho foi
registrado o pico de resíduos hospitalares, quando 30.625,95 quilos
foram retirados das lixeiras das unidades da rede municipal - o dobro do
recolhido em fevereiro de 2020.
PREOCUPAÇÃO MUNDIAL
O crescimento desse tipo de
resíduos se tornou motivo de preocupação para autoridades de saúde em todo o
mundo. No mês passado, a OMS emitiu um relatório em que aponta para a pressão
das dezenas de milhares de toneladas extras no gerenciamento de resíduos de
saúde a nível mundial, o que estaria ameaçando a saúde humana e ambiental.
A agência da Organização das
Nações Unidas (ONU) especializada em saúde relatou ainda a necessidade urgente
da melhoria das práticas de gestão de resíduos. O alerta se baseia na
estimativa de que 144 mil toneladas de resíduos adicionais, na forma de
seringas, agulhas e caixas de segurança, foram produzidos após a administração
de mais de 8 bilhões de doses de vacina em todo o globo.
Além dos imunizantes o documento
indica que aproximadamente 87 mil toneladas de equipamentos de proteção
individual (EPI) foram descartados no lixo. As informações das Nações Unidas
consideram apenas materiais adquiridos entre março de 2020 e novembro de 2021
para serem distribuídos aos países mais vulneráveis dentro de uma resposta à
Covid-19.
Mais de 140 milhões de kits de
testes, com potencial para gerar 2,6 mil toneladas de resíduos não infecciosos
(principalmente plásticos), e 731 mil litros de resíduos químicos também foram
mobilizados no contexto dos esforços para a contenção do vírus.
O documento elenca uma série de
práticas a serem aplicadas pelos entes responsáveis pelo recolhimento e
destinação dos resíduos, de forma que atenda a expectativas ecológicas,
preocupações com a segurança sanitária, a prática de trabalho segura dos
profissionais da saúde, a qualidade da água, dentre outros critérios.