Divulgação (Foto: reprodução)
Pediatra diz que pais de criança com Síndrome de
Patau devem viver cada momento do bebê
Convidada do Podcast do Portal M!, Katiaci Araújo explica como prosseguir
depois do
A médica pediatria Katiaci Araújo, especializada em neonatologia
e graduada há 40 anos pela Ufba, é a convidada do Podcast do Portal
M! para falar sobre a Síndrome de Patau. A enfermidade,
considerada rara e muito grave, causou a morte prematura de Arthur,
de apenas 11 meses, filho do cantor Zé Vaqueiro, no último dia 8.
A doença ocorre quando o cromossomo 13 apresenta três cópias em
algumas ou em todas as células que constituem o organismo. A maioria das
células que formam o corpo humano possui 23 pares de cromossomos. É ali que
estão guardadas todas as informações genéticas que definem as características
físicas e a propensão a determinadas doenças.
Em indivíduos acometidos pela Síndrome de Patau, porém, o 13º
cromossomo possui uma cópia a mais (três, em vez de duas), e é isso que vai
provocar uma série de problemas durante o desenvolvimento do bebê na gestação e
logo após o parto.
O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em
inglês) calcula que a doença acomete um bebê a cada 4 mil nascimentos. Já os
Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) estimam que menos de 50
mil americanos têm o problema, atualmente. Não existem estatísticas brasileiras
a respeito da Síndrome de Patau.
Segundo Katiaci Araújo, que coordena o Serviço de Neonatologia
do Hospital Aliança/Rede D’Or, a síndrome não pode ser considerada
“incompatível com a vida”, portanto a interrupção da gestação, mesmo após o
diagnóstico da doença, não pode ser realizada.
O conselho da médica para o pós-diagnóstico é que os pais sejam
acolhidos, recebam informações completas e precisas, além de que seja
disponibilizado para o casal um suporte multidisciplinar, incluindo obstetras,
geneticistas, neonatologistas, cardiologistas e outros especialistas, a
depender da má formações apresentadas pelo bebê.
Os pais ou responsáveis pelas crianças com Síndrome de Patau
vivem uma série de desafios complexos, que afetam muito o lado emocional.
“Não é fácil receber o diagnóstico de Síndrome de Patau. É uma
situação devastadora mesmo. Essa notícia traz sentimentos de tristeza, de
desespero. Alguns pais vivenciam o luto antecipado, sabendo que a expectativa
de vida do filho é limitada”, afirma a especialista.
Katiaci deixa uma mensagem importante para as famílias que
receberam esse diagnóstico: “Peçam ajuda. Aceitem toda e qualquer ajuda.
Acolham seu bebê. Estejam seguros de que não existem culpados diante dessa
situação. Vivam intensamente cada momento da vida desta criança”.
Confira íntegra do podcast: