Divulgação (Foto: Reprodução/redes sociais)
Cremesp
notifica Anvisa para proibir uso de PMMA em procedimentos estéticos
Influenciadora
pagou R$ 3.000 pelo procedimento realizado em 23 de junho, e sua morte foi
confirmada na última terça-feira
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp)
notificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta sexta-feira
(5) para proibir, de forma cautelar, a distribuição e comercialização de
produtos à base de polimetilmetacrilato (PMMA) em procedimentos de saúde em
geral ou estéticos. A ação foi motivada pela recente morte da influenciadora
digital Aline Ferreira, de 33 anos, após complicações decorrentes da aplicação
de PMMA nos glúteos.
A influenciadora pagou R$ 3.000 pelo procedimento realizado em
23 de junho, e sua morte foi confirmada na última terça-feira (2). “Produtos à
base de PMMA pertencem à Classe IV – máximo risco -, de modo que a ausência de
restrições em relação à sua comercialização acaba representando uma ameaça à
saúde e segurança da população”, afirmou Eliandre Palermo, conselheira
responsável pela Câmara Técnica de Dermatologia do Cremesp. Alexandre Kataoka,
coordenador do departamento de Comunicação do Cremesp, destacou que o PMMA não
é recomendado para fins estéticos devido ao elevado risco de complicações
graves, irreversíveis e até óbito.
Atualmente, a Anvisa permite a venda de produtos à base de PMMA
para preenchimento cutâneo e muscular com finalidade estética ou reparadora. A
notificação do Cremesp solicita uma resposta em até 48 horas e adverte que, em
caso de descumprimento, o tema poderá ser levado à Justiça. Procurada, a Anvisa
confirmou o recebimento do ofício e disse que o pedido será avaliado com a
maior brevidade possível, mas enfatizou que "não regula procedimentos
estéticos ou de saúde", papel que cabe aos conselhos profissionais e
sociedades médicas.
O procedimento que resultou na morte de Aline foi realizado em
uma clínica em Goiânia por Grazielly da Silva Barbosa, que se apresentava como
biomédica, mas não possui diploma na área da saúde. Segundo familiares, Aline
começou a sentir febre e dor abdominal três dias após o procedimento e, mesmo
após ser medicada e liberada por um hospital, desmaiou e foi internada no
Hospital Regional de Asa Norte, em Brasília, onde sua morte foi confirmada em 2
de julho. A defesa de Grazielly ainda não se pronunciou sobre o caso.