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Norovírus:
condição que causa vômito e diarreia tem alta de casos em Salvador
Ao Portal M!,
infectologista explicou não se tratar de um "vírus novo", e disse que
o norovírus possui a característica de causar gastroenterite
Nos últimos dias, a alta no número de pessoas com sintomas como
náusea, vômito e diarreia acendeu o alerta dos médicos para o norovírus, tipo
de vírus com alta capacidade infecciosa e resistência que também pode provocar
condições como febre alta. A condição pode ser transmitida pelo consumo de
alimentos e água contaminada, além do contato com pessoas infectadas.
Ao Portal M!, o
médico infectologista Maurício de Souza Campos, explicou que não se trata de um
"vírus novo", sendo bastante conhecido por infectologistas e
gastroenterologistas por causar gastroenterite. "Que é uma diarreia
líquida volumosa. Ele é altamente contagioso e é o vírus mais comum associado a
surtos de doenças diarreicas transmitidas por alimentos ou água contaminada.
Tem uma tensão especial em ambientes fechados porque se espalha rapidamente
nesses ambientes", apontou o especialista, que atua no Hospital Santo
Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e Hospital Dantas Bião de
Alagoinhas, além de atender em consultório particular.
Por conta destas características, o médico acredita ser
necessário ter cuidado em locais como creches, escolas, cruzeiros, além de
asilos. "A gente tem um conhecimento amplo do vírus e eventualmente ela
acaba causando esses surtos, de tempo em tempo, então esse provavelmente é mais
um", alertou.
De modo geral, os sintomas costumam aparecer entre 12 e 48 horas
após a exposição ao vírus, o que pode ocorrer ao ingerir comida contaminada.
"Geralmente, temos de um a três dias de sintomas, embora dependa da
condição física da pessoa que se infectou, e você possa até ter um tempo mais
prolongado de doença. Mas, no geral, é uma doença autolimitada, ou seja, tem um
prazo que a gente conhece. Os sintomas desaparecem sem causar muitos
transtornos à pessoa", observou o médico.
O aumento dos casos, conforme o especialista, tem sido observada
nos últimos 10 dias. No entanto, ele lembra que nem toda diarreia pode ser
considerada um caso de norovírus, isso porque outros agentes infecciosos também
pode causar este sintoma. "O norovírus é a principal suspeita, porque ele
está circulando na comunidade e porque ele é o agente mais comum dessas
infecções. Obviamente que a gente fica em alerta, por ser um vírus que se
espalha facilmente e para não perder o controle".
Apesar do aumento observado na capital baiana, o infectologista
aponta que a situação "não está fora de controle", e defende que haja
"vigilância" e "cuidado" em torno dos casos. "A gente
fica alerta por ter um vírus que está causando infecção gastrointestinal e o
número de casos aumentando, mas não é um alerta com risco de uma gravidade
maior, que possa causar pânico na população. Também é importante dizer que,
embora o norovírus não represente uma ameaça grave, ele é um vírus que causa
diarreia, que pode levar o paciente a desidratar e aí o que seria uma coisa
simples pode complicar".
O tratamento em torno da condição é o mesmo aplicado em casos de
doenças infecciosas virais, e requer os cuidados que qualquer outra virose
necessita, como hidratação e o uso de medicamentos para controle dos sintomas.
Maurício Campos é mestre e
Doutor em Processos Interativos de Órgãos e Sistemas pela Universidade Federal
da Bahia (UFBA) | Foto: Divulgação
Formas de prevenção
Por fim, o especialista também listou as formas de prevenção
para a condição. De modo geral, a transmissão ocorre através das seguintes
vias: seja por contato direto com a pessoa infectada, através do consumo de
alimento e água contaminada ou através do contato com superfícies contaminadas
pelo vírus.
"Então, é um contato pessoa a pessoa, com alimentos e superfícies
ou água contaminada. Sendo assim, as medidas de controle são medidas de
higiene. A gente reforça a necessidade de lavar as mãos frequentemente,
especialmente antes de se alimentar depois que você for ao banheiro. É
importante manter limpeza e desinfecção de superfícies, onde pessoas
contaminadas podem ter tido contato. O Importante é frear essas infecções no
local, para evitar que naquele local tenha um surto, como por exemplo um
paciente que é diagnosticado num determinado local, a gente precisa
imediatamente fazer o controle para evitar que outras pessoas acabem se
contaminando", concluiu.