Divulgação (Foto: reprodução)
Hospital das Clínicas é referência no
diagnóstico de doenças raras na Bahia
Quase 2 mil casos são acompanhados na unidade
O Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da
Universidade Federal da Bahia (Hupes-UFBA), que integra a rede Ebserh, é
referência estadual em atendimento a pacientes com doenças raras (DRs) e é
habilitado pelo Ministério da Saúde. Em média, por mês, há 400 atendimentos no
ambulatório especializado. No total são cerca de dois mil casos sendo
acompanhados pela equipe médica de geneticistas da unidade hospitalar.
O último dia de fevereiro de cada ano foi escolhido como data
oficial para celebrar o Dia Mundial das Doenças Raras, que tem como objetivo
conscientizar sobre os impactos das doenças na vida de pacientes, familiares e
cuidadores.
Nesse ano, a data ocorre no dia 29/02, data também rara, por ser
um ano bissexto. São consideradas doenças raras (DRs) aquelas que afetam 65 de
cada 100 mil indivíduos. Na rede dos 41 hospitais administrados pela Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), há atendimento para as DRs por
meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para a médica geneticista do Hupes-UFBA/Ebserh, Angelina Xavier
Acosta o maior desafio que tem esse cenário é estabelecer o diagnóstico porque
ela sendo rara, os pacientes, muitas vezes, têm que passar por vários
profissionais até chegar no especialista. "O médico geneticista que
vai estar mais habilitado a identificar e tratar esses casos. O paciente roda
por vários médicos até chegar no Centro de Referência e aí se tem um atraso
muito grande nesse diagnóstico, às vezes, o paciente até perde o momento, a
janela do tratamento ou então já tem várias sequelas estabelecidas que fica
difícil de fazer um tratamento porque as sequelas já estão instaladas",
comenta.
Mundialmente, há cerca de 7 mil doenças raras descritas, sendo
80% de origem genética e 20% de causas infecciosas, virais ou degenerativas. Em
2014, o Ministério da Saúde (MS) estabeleceu a Política Nacional de Atenção
Integral às Pessoas com Doenças Raras (PNAIPDR) no âmbito do
SUS. O objetivo é reduzir a mortalidade, contribuir para a redução da
morbimortalidade e das manifestações secundárias, e a melhoria da qualidade de
vida das pessoas, por meio de ações de promoção, prevenção, detecção precoce,
tratamento oportuno, redução de incapacidade e cuidados paliativos.
Acesso ao tratamento no Hupes
O acesso do paciente ao hospital se dá pelo Sistema de Regulação
na atenção básica, onde inicialmente ele é atendido, podendo ser um processo
demorado até que chegue ao hospital, principalmente pela dificuldade de
reconhecimento da suspeição e correto encaminhamento.
"A gente lida lá com centenas, diversas patologias raras e
o tratamento é muito individualizado. Como cada uma tem suas especificidades,
têm algumas que o tratamento é medicamentoso, outras de suporte, é uma diversidade
de tratamento em função de qual é a doença", explica a médica geneticista
do Hupes, Angelina Xavier Acosta.
"É importante ter profissionais de saúde qualificados para
esse reconhecimento da suspeição e encaminhamento adequado ao hospital. São
muitas doenças diferentes precisa ter uma estrutura bem complexa, bem ampla
para oferecer um diagnóstico e um tratamento que muitas vezes vai ser
multidisciplinar", finaliza a médica.