Divulgação (Foto: Leonardo Rattes/Sesab)
Casos de
covid-19 aumentam em estados do Nordeste
De acordo com o boletim, a Bahia, que foi
o primeiro estado a anotar a elevação dos registros recentes
Agência Brasil – Estados do Nordeste registraram aumento de casos
de covid-19, entre os dias 3 e 9 deste mês, período referente à Semana
Epidemiológica (SE) 49, conforme indicam dados inseridos no Sistema de
Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 11 de
dezembro. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (14), no Boletim
InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com o boletim, a Bahia, que foi o primeiro estado a
anotar a elevação dos registros recentes na região, verifica um recuo nos
casos, mas ainda mantém crescimento nas novas ocorrências. Embora tenha
registrado crescimento depois de outros estados da região, no Ceará, os casos
aumentam semana a semana. Os estados do Maranhão, da Paraíba e de Pernambuco
estão com sinal inicial de aumento recente nos casos, principalmente em pessoas
de idade avançada.
“Há sinal de aumento na Bahia, no Ceará, no Maranhão, na Paraíba e
em Pernambuco em relação à SRAG por covid-19. No Maranhão, na Paraíba e em
Pernambuco, o volume ainda é relativamente baixo, e o ritmo de crescimento é
leve, indicando possível início de ciclo”, informou a Fiocruz.
Conforme a atualização de hoje, Acre, Bahia, Ceará, Espírito
Santo, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí e Rondônia apresentaram sinal de
crescimento das síndromes respiratórias agudas graves por covid-19 na tendência
de longo prazo. Já em Minas Gerais, permaneceu o sinal de platô, mas ainda sem
indício claro de queda. “No Acre, no Espírito Santo, em Mato Grosso, no Piauí e
em Rondônia, trata-se apenas de oscilação”, completou a fundação.
Em escalada diferente, no centro-sul, não há mudança no cenário
anterior e continua o sinal de queda em relação à covid-19. Em Minas Gerais,
houve interrupção no crescimento e a fase de estabilidade no número de casos
continua. Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, que recentemente tinham
registrado leve aumento, agora estão classificados apenas como oscilação, disse
o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e
coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
Capitais
Dez capitais apresentaram sinal de aumento: Aracaju; Campo Grande;
Florianópolis; Fortaleza; João Pessoa; Maceió; Rio de Janeiro; Salvador;
Teresina e Vitória.
Segundo a Fiocruz, em Fortaleza, João Pessoa e Salvador, o cenário
é decorrente da covid-19, especialmente na população de idade avançada. Em
Aracaju e Maceió, o sinal atual pode indicar possível início de ciclo, embora o
volume de casos ainda seja relativamente baixo e o crescimento seja apenas
incipiente.
“No Rio de Janeiro, o crescimento recente se concentra em crianças
entre 2 e 14 anos de idade, o que não sugere associação à covid-19. Situação
similar se observa em Curitiba”, informou a Fiocruz, acrescentando que em Campo
Grande, Florianópolis, Teresina e Vitória, “a análise por faixa etária sugere
tratar-se apenas de oscilação”.
Mortalidade
O boletim InfoGripe mostrou também que, nas últimas oito semanas, a incidência
e mortalidade de SRAG manteve o padrão típico de maior impacto entre crianças
pequenas e pessoas idosas. “A incidência de SRAG por covid-19 mantém o cenário
de maior impacto nas crianças de até 2 anos e na população a partir de 65 anos
de idade. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas
crianças pequenas são o VSR, rinovírus e adenovírus. Já a mortalidade da SRAG
tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com predomínio de
covid-19”, destacou.
Diante do cenário atual, Marcelo Gomes reforçou a importância da
vacinação, especialmente para esse grupo e com a orientação para tomar a
segunda dose da bivalente. “Continuamos fazendo a convocação para se manterem
vacinados. Estamos com a recomendação de uma nova dose para a população
especialmente dos grupos de risco, ou seja, pessoas de idade avançada e
imunocomprometidas. É fundamental estar em dia com a vacina para manter nossa
proteção a mais elevada possível por conta do cenário atual”, afirmou.
Resultados positivos e óbitos
O Sars-CoV-2/covid-19 (61,6%) teve a maior prevalência entre os casos de
resultado positivo para vírus respiratórios nas quatro últimas semanas
epidemiológicas, seguido do vírus sincicial respiratório (13,3%), do influenza
A (1,3%) e do influenza B (0,3%).
Entre as mortes, a presença desses vírus entre os positivos foi de
95,5% no Sars-CoV-2/covid-19, de 0,6% na influenza B e de 0% no da influenza A
e no vírus sincicial respiratório.
No ano epidemiológico de 2023, foram notificados 168.852 casos de
SRAG. Entre eles, 66.692 (39,5%) com resultado laboratorial positivo para algum
vírus respiratório, 85.973 (50,9%) negativos, e ao menos 7.571 (4,5%)
aguardando resultado laboratorial.
“Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes
alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos
e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os casos positivos do
ano corrente, 7,1% são influenza A; 3,7% influenza B; 33,1% vírus sincicial
respiratório (VSR); e 34,6% Sars-CoV-2 (Covid-19)”, relatou a Fiocruz.
Nos casos de SRAG registrados neste ano, independentemente da
presença de febre, foram anotados 10.744 óbitos, dos quais a maioria, 5.540
(51,6%), com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório,
tendo na sequência 4.465 (41,6%) negativos, e ao menos 196 (1,8%) aguardando
resultado laboratorial.
“Dentre os positivos do ano corrente, 8,9% são influenza A; 4,5%
influenza B; 6,8% vírus sincicial respiratório (VSR); e 73,0% Sars-CoV-2 (covid-19).
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos
positivos foi de 0% influenza A; 0,6% influenza B; 0% vírus sincicial
respiratório; e 95,5% Sars-CoV-2 (covid-19)”, concluiu a Fiocruz.