Divulgação (Foto: Pexels/Anna Shvets)
Mais de 2.304 casos de HIV são registrados na
Bahia em 2023
No mundo são mais de 80 milhões de casos com mais de 40 milhões
de mortos
Com mais de 80 milhões de casos no mundo, o vírus da AIDS
infectou 2.304 pessoas na BAHIA em 2023, segundo dados da Secretária da Saúde
do Estado (SESAB). Hoje, 1° de dezembro, é celebrado o Dia Mundial de Combate à
AIDS e acende um importante alerta para a prevenção, diagnóstico e tratamento
da síndrome. Os primeiros casos foram em 1981 e até hoje 85,6 milhões, pessoas
no mundo foram infectadas, sendo que 40,4 milhões morreram, segundo a
Unaids
O infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde,
Claudilson Bastos, destaca que a pandemia de AIDS ainda existe e a síndrome
pode evoluir para uma situação grave, se não diagnosticada nem tratada
precocemente. "O uso do preservativo nas relações sexuais (orais, anais e
vaginais) e o não compartilhamento de seringas e agulhas continuam sendo as
formas eficazes de prevenção", afirma.
O especialista pontua ainda a importância de fazer testes em
casos de sexo desprotegido ou de qualquer outro comportamento de risco. Os
exames podem ser realizados nas redes públicas e privadas. "Manter a
segurança e a prevenção nas relações sexuais é fundamental, uma vez que esta é
uma das principais formas de transmissão do vírus. Por isso, em uma situação de
sexo sem proteção, o recomendado é que o indivíduo busque um posto de saúde ou
um laboratório para fazer o teste", informa o médico, esclarecendo que o
exame deve ser realizado 28 dias após o ato sexual desprotegido. "Após
contrair o vírus, a pessoa tem o que se chama 'janela imunológica', em que não
há como detectar o vírus pelos métodos diagnósticos convencionais. Isto se
chama período de incubação, que pode durar, em média, quatro semanas",
pontua.
O infectologista salienta que, uma vez diagnosticado o HIV/AIDS,
a pessoa deve procurar um centro de referência ou especialista para avaliar o
tratamento antirretroviral adequado, com os medicamentos oferecidos
gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Uma vez sendo
diagnosticada e tratada, a PVHA (Pessoa Vivendo com HIV/Aids) que se fizer o
tratamento de forma regular terá uma vida longa como qualquer outro indivíduo.
Isso porque, cada vez mais, temos novas medicações com mais eficácia, menos
eventos adversos e posologia e com melhor qualidade de vida", informa.
Diferença entre HIV e AIDS
Bastos informa que o HIV e a AIDS não são iguais: o primeiro é o
vírus responsável por contagiar o organismo, podendo o indivíduo viver com ele
de forma assintomática, sem apresentar sintomas. Já a AIDS é a Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida, que ocorre quando o corpo desenvolve sequelas/
doenças após a contaminação sem tratamento. "É importante destacar que, em
ambas as situações, existe o risco de contaminação para outras pessoas, como
durante as relações sexuais sem proteção", pontua.
O médico informa quando o vírus quando entra em contato com o
organismo pode causar danos no sistema imunológico, causando sintomas.
"Dentre eles estão a perda de peso, diarreia crônica e monilíase oral e
esofágica, que já podem indicar o quadro de AIDS. Neste momento, a pessoa
apresenta baixas defesas do organismo, abrindo as portas para infecções virais,
bacterianas, fúngicas e/ou parasitárias", esclarece.
A doença no mundo e na Bahia
Dados de 2022 da Unaids - entidade que lidera e inspira os
governos pelo mundo zerarem novas infecções por HIV, a discriminação e as
mortes relacionadas à AIDS - mostram que 39 milhões de pessoas vivem com o
vírus globalmente, sendo que 1,3 milhão foram recém-infectadas. Ainda conforme
a entidade, 630 mil pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS no ano passado.
Na
Bahia, de acordo com dados da Sesab, foram notificados 2.304 casos de HIV até
setembro de 2023, com uma taxa de incidência de 15 casos por 100 mil
habitantes. No ano passado, o registro foi de 2.593 casos, com taxa de
incidência 18 casos por 100 mil. O órgão estadual informou que, por meio da
Diretoria de Vigilância Epidemiológica, realiza o monitoramento dos casos de
HIV e AIDS, com a distribuição de insumos estratégicos voltados para prevenção
e testagem da doença em todo o estado.