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Nova
diretriz sobre HIV atualiza conceito de 'indetectável' e inclui comprimido
único diário
Protocolo clínico do Ministério da Saúde para manejo da infecção
foi publicado este mês após cinco anos sem revisão
Após cinco anos sem revisão, o Ministério da Saúde publicou
neste mês de outubro um novo protocolo clínico com diretrizes para o manejo da
infecção pelo HIV e incluiu, pela primeira vez, o conceito de que pessoas que
vivem com HIV/Aids (PVHA) com carga viral indetectável têm risco zero de
transmitir a doença por via sexual.
No documento, também foi adicionada a opção de "terapia
dupla" que consiste na tomada de um novo comprimido único e diário
composto por lamivudina e dolutegravir.
A proposta de texto recebeu recomendação favorável da Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) em
setembro, mas somente agora foi publicada no Diário Oficial da União.
O documento, chamado tecnicamente de Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Manejo da Infecção pelo HIV, é uma espécie
de guia para profissionais de saúde, pois fornece orientações importantes para
prevenir a transmissão, tratar a infecção e melhorar a qualidade de vida das
pessoas que vivem com o vírus.
Inovações importantes
O Protocolo Clínico traz inovações importantes para o cuidado e
a conscientização no tratamento do HIV. Confira as principais:
- O texto reconhece que estar indetectável significa não
transmitir o vírus. Um conceito que a ciência vem reforçando nos últimos 20
anos, visto que o tratamento antirretroviral previne a transmissão do HIV. Em
outras palavras, quando a carga viral é indetectável, o vírus não se transmite
durante relações sexuais.
- Inclui a recomendação de que o tratamento antirretroviral seja
iniciado no mesmo dia ou, no máximo, até sete dias após o diagnóstico.
- Preconiza o rastreio da tuberculose em todas as consultas, bem
como o diagnóstico precoce com a utilização do LF-LAM (um teste rápido) em
sintomáticos e pessoas com doença avançada, ou seja, com a contagem de
linfócitos T-CD4 inferior a 200 células/mm3. Isso porque as pessoas vivendo com
HIV ou Aids possuem 19 vezes mais riscos de desenvolver tuberculose.
- No tratamento antirretroviral, foi adicionada a opção de
"terapia dupla" que consiste na tomada de comprimido único e diário
composto por lamivudina e dolutegravir.
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Por fim, de forma geral, o texto traz diversas atualizações com recomendações
para dosagens de medicamentos em casos específicos.