divulgação (Foto: Equipe M!)
Bruno Reis diz que violência pode ter afetado resultados do IBGE
Na avaliação do prefeito, muitos recenseadores
não conseguiram chegar às casas das pessoas em função do cenário de violência
O prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou neste domingo (2), durante
participação no desfile cívico da Independência do Brasil na Bahia, que os
números apontados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
para uma redução nos moradores de Salvador, podem ser fruto da violência na
capital. Reis disse ainda que, por conta da violência, muitos recenseadores não
conseguiram chegar às casas das pessoas.
"O que tenho visto são pessoas saindo da cidade por conta da
violência, que é cada vez maior. E muitos recenseadores não conseguiram chegar
efetivamente às casas das pessoas, porque a polícia não garantiu que eles
pudessem entrar em virtude da guerra do tráfico, do comando do tráfico, das
barreiras que existem nos bairros, que inclusive impedem as pessoas de circular
nos bairros para visitar suas famílias", apontou o prefeito.
Na ocasião, Reis também afirmou que, apesar do resultado, haverá um
aumento no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O prefeito
também ressaltou que o IGBE pode ter "tido dificuldades" em extrair a
realidade.
"Do ponto de vista financeiro, nenhum [impacto]. Pelo contrário,
vamos aumentar a nossa arrecadação. É evidente que esses números, com todo
respeito ao IBGE, com respeito à tradição do IBGE, mas pode ter tido
dificuldades dos recenseadores em extrair a realidade. Se você for ver, nesses
últimos 12 anos, o número de eleitorado aumentou, pessoas que usam o SUS
aumentou significativamente, usuários dos programas sociais, então é evidente
que vamos aguardar a análise final desses números", afirmou.
"Do ponto de vista das finanças, vamos aumentar nossa participação
no FPM, por conta desses números. Mantivemos a mesma faixa, e em outros
critérios crescemos, e isso vai permitir termos mais recursos para administrar
a cidade", complementou.
Ausência de ACM Neto
Na ocasião, o prefeito Bruno Reis também falou sobre a ausência do
ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil) na celebração da
Independência. Segundo Reis, Neto avaliou que não deveria participar dos
festejos neste ano.
"Ele avaliou que não deveria participar neste ano, e eu respeito a
decisão dele. Estamos aqui. Todo o nosso time, para jogar tapete azul na
Avenida, da Lapinha até o 2 de julho", disse.
Perguntado se o seu grupo político ficaria "enfraquecido", já
que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará do cortejo em uma
demonstração de apoio ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), o prefeito de
Salvador ressaltou que é momento de "agradecer aos heróis da Independência"
e apontou que a eleição é apenas no "ano que vem".
"O povo veio para a rua prestar homenagens à história, para
agradecer aos heróis da Independência. Se hoje, o Brasil é essa democracia, foi
justamente por esse momento. Estou de bem com a vida, com as pessoas, tenho certeza
que durante o percurso vamos receber as palavras de carinho, apoio e estimulo,
para seguirmos em nossa caminhada. Esse não é um ano eleitoral, eleição é ano
que vem, falta mais de um ano. Ando essa cidade todos os dias, ninguém fala de
eleição, as pessoas querem solução para os seus problemas, querem ver as coisas
acontecendo", afirmou.
Independência
Já sobre a celebração da Independência, Reis destacou que se trata da
data "mais importante da nossa história". Reis também disse que é uma
"dádiva" ser prefeito de Salvador, em meio à celebração dos
Bicentenário da Independência.
"200 anos da Independência da Bahia e, consequentemente do Brasil,
porque é quando foi consolidado. Para mim, é uma dádiva de Deus estar vivendo a
felicidade de ser prefeito neste momento, e estar podendo organizar esses
festejos, que tem uma importância muito grande, para valorizar, preservar,
resgatar nossa história, homenagear os heróis da Independência, para contar
essa história para as gerações futuras. Não tenho dúvidas de que é uma data
inspiradora", afirmou.
Conforme o prefeito, a Bahia sempre foi "decisiva nos momentos
importantes do Brasil", fato que é confirmado pela "história" e
também no "presente".
"Que esse 2 de Julho
possa ser uma data histórica, como será seus 200 anos e que sirva de inspiração
para todos nós".