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Partidos de Salvador avaliam lançar candidaturas
coletivas para ampliar cadeiras na Câmara de Vereadores
Metro1 conversou com quatro lideranças de partidos sobre a iniciativa
que foi fenômeno nas últimas eleições
Fenômeno das últimas eleições, os mandatos coletivos são uma
modalidade de candidatura ainda não regulamentada pela legislação. Apesar
disso, os partidos em Salvador avaliam adotar a estratégia para conquistar mais
cadeiras na Câmara de Vereadores no próximo pleito.
Nas eleições de 2020, foram sete candidaturas coletivas,
mas apenas a chapa Pretas por Salvador (Psol) foi vitoriosa, com 3.635 votos.
Para a presidente do PCdoB de Salvador, Aladilce Souza, a iniciativa é uma
forma de driblar a barreira financeira, dados os altos custos de uma campanha.
“É assim que surgem as legislações, que podem provocar uma
mudança no nosso sistema eleitoral, que atualmente está em crise no
Brasil", opinou, em entrevista ao Metro1.
“Temos ainda um sistema eleitoral baseado no personalismo e isso não ajuda a
representar projetos públicos e representação de ideias”, acrescentou.
O PT em Salvador quer debater o assunto. “Reconhecemos a
importância, mas precisamos fazer um debate mais profundo sobre a questão da
legislação. Tendo um conflito entre as partes, como isso seria resolvido? Quais
são os direitos e deveres de quem compõe?”, questionou Gilcimar Brito, um dos
dirigentes do partido na capital baiana.
Presidente do Psol em Salvador, Raimundo Calixto acredita que no
próximo pleito se ampliará os mandatos coletivos. "A gente vê isso com
bastante positividade para fazer bancadas do partido. Acredito que na próxima
eleição, novas [chapas] virão, e o Psol virá com mais. Não porque é melhor de
se eleger, mas porque a composição, a forma como se administra o mandato é
importante”, pontuou.
Do outro
lado
Fora do campo da esquerda, o ex-deputado estadual
Marcell Moraes (PSDB) é mais um que defende os mandatos coletivos. O tucano,
que está proibido pela legislação de disputar eleições, disse que pretende
convidar a ex-esposa Carol dos Animais (Solidariedade) e o ex-presidente do
Grupo de Proteção Animal Amigos da Onça (Geamo), Gustavo Moraes, para compor a
chapa coletiva.
Para ele, a candidatura coletiva fortalece representações de uma
localidade. “Em Cosme de Farias, saíram 5 candidatos do mesmo bairro. Cada um
tem mil votos, e acaba ficando sem representante. Se for uma candidatura
coletiva, o mandato é eleito e o bairro já ganha representatividade na Câmara”,
afirmou ele
Questionamentos
A falta de regulamentação abre espaço para opositores
questionarem a participação das chapas coletivas. Foi o que aconteceu em abril
deste ano na CMS, quando as co-vereadoras
do Pretas por Salvador levaram cadeiras de praia à sessão, em
resposta ao argumento de que não haveria lugar para as três representantes.
As dificuldades aos mandatos coletivos envolvem regularizações,
cadastramento de mais de um CPF, além do espaço para falas no púlpito do
plenário. “Isso fecha algumas possibilidades do que a gente acredita que é a
efetividade do mandato coletivo, que é ocupar o espaço de forma irrestrita”,
disse a vereadora Laina Crisóstomo (Psol), à frente do mandato, composto junto
às co-vereadoras Cleide Coutinho e Gleide Davis.