divulgação (Foto: Oédson Alves/Agência Brasil)
"Lira e Pacheco foram os grandes responsáveis
pela transição de governo", diz Haddad
O ministro fez também um aceno ao Congresso, afirmando que acredita que
os parlamentares não vão faltar se o arcabouço fiscal enfrentar empecilhos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que presidentes
da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, foram os grandes
responsáveis pela transição do governo de Jair Bolsonaro (PT) para o de Lula (PT).
A declaração foi feita em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, quando o
ministro falou também sobre o plano do arcabouço fiscal.
“Quem fez a transição de um governo para outro foi o Congresso,
nas pessoas do Lira e do Pacheco. Consolidaram o resultado das urnas, o
respeito à democracia, inclusive aprovando uma emenda constitucional que
garantiu a gestão no primeiro ano de governo”, disse Haddad, se referindo à PEC
da Transição.
“Ou seja, sem Lira e Pacheco, nós não estaríamos aqui hoje. Eles
foram os grandes responsáveis pela transição. Tem que assinalar isso. Isso é um
reconhecimento justíssimo. Eu sou testemunha disso”, completou o ministro.
Haddad fez também um aceno ao Congresso, afirmando que acredita
que os parlamentares não vão faltar se o arcabouço fiscal enfrentar empecilhos
na Câmara e no Senado.
“Não creio que eles vão faltar [agora], sobretudo com a agenda
de recuperação fiscal e aquilo que é política de Estado, não é política de
governo", afirmou ele.
Durante a entrevista, Haddad também rebateu Lindbergh Farias
(PT-RJ), que havia afirmado que, com o arcabouço, o governo Lula fez um
"pacto com o demônio" - se referindo ao Banco Central - e que mesmo
assim não conseguiria em troca a redução de juros.
“Sinceramente
não fiz pacto com ninguém. Não fiz pacto nem com A nem com B. O que eu fiz foi
fechar uma equipe técnica de altíssima qualidade, definir um desenho, levar
esse desenho para pessoas tão diferentes quanto Esther Dweck (ministra da
Gestão) e Simone Tebet (ministra do Planejamento), que pensam muito diferente,
e falar com Ministério do Desenvolvimento (de Geraldo Alckmin), Casa Civil (de
Rui Costa), presidente da República — disse Haddad, destacando que o plano
proposto não tem a intenção de agradar "100% das pessoas".