Publicada em 28/07/22 às 19:37h - 91 visualizações
\"As mulheres têm que participar da política e não só compor chapas\", diz desembargadora eleitoral https://www.radiombfm.com.br/post/59541--as-mulheres-tem-que-participar-da-politica-e-nao-so-compor-chapas---diz-desembargadora-eleitoral
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divulgação (Foto: Reprodução)
"As mulheres têm que participar da política e não só compor
chapas", diz desembargadora eleitoral
Zandra Parada chama a atenção também para as chamadas 'laranjas'
eleitorais, que são usadas apenas para compor as chapas, prática ilegal é
fiscalizada pelo TER
Partidos eleitorais que apenas estiverem mulheres para compor
chapas, sem a participação efetiva do processo, correm o risco de cair na malha
fina do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) e ter as chapas cassadas
caso ganhem as eleições. A informação foi divulgada pela desembargadora
eleitoral Zandra Parada, durante entrevista com o editor-chefe do Portal
M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil
FM, desta quinta-feira (28).
Segundo Zandra, é de extrema importância que as mulheres tenham
uma participação ativa na política para promover políticas públicas e ajudar na
conquista de mais espaços na sociedade, mas que não se submetam a serem
'laranjas' de chapas eleitorais. "Não é somente participar para compor
chapa. Existe esse esclarecimento e isso também está na pauta do dia, para a
mulher não ser chamada apenas para compor a chapa sem que ela participe do
processo eleitoral", disse.
A desembargadora foi taxativa ao afirmar sobre a fiscalização da
Corte Eleital baiana e não submissão das mulheres a essa prática ilegal, uma
vez que, a legistação prevê 30% de composição feminina na chapa, e o estado da
Bahia tem históricos de candidatas que nem votaram em sí mesmas na disputa
eleitoral.
"O tribunal está com fiscalização muito rigorosa porque é
preciso que a mulher participe efetivamente do processo. Que elas não aceitem
somente a participação para compor chapa. Isso não interessa ao processo
eleitoral. Estamos também de olho nessa pauta e a pena é gravíssima",
alertou Zandra.
A fim de promover a mulher na vida política e combater as
práticas ilegais, o TRE vai promover, nesta sexta-feira (29), o Seminário
Representatividade Política Feminina e Eleições. O evento acontecerá de forma
híbrida: na sede do TRE-BA e terá transmissão ao vivo por meio da TV TRE-BA. A
abertura será realizada pelo presidente do Eleitoral, desembargador Roberto
Frank, e pela ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maria
Cláudia Pinheiro.
O evento é aberto ao público e interessados ou interessadas
podem realizar inscrições por meio da página da Escola Judiciária Eleitoral da Bahia (EJE/BA),
responsável pela organização do seminário.
O primeiro painel abordará a representatividade feminina e terá
a mediação da desembargadora eleitoral Zandra Parada, que preside a Comissão de
Participação Feminina. O debate será iniciado com a assessora-chefe da Escola
Judiciária Eleitoral do TSE, Polianna Santos, que tratará da representatividade
no contexto das Eleições Gerais de outubro, enfatizando também o aspecto das
cotas de gênero.
Já no segundo painel, o seminário terá espaço para debater a
violência política de gênero, em explanações mediadas pela desembargadora
eleitoral substituta do TRE-BA, Carina Canguçu. O combate ao racismo e as
candidaturas femininas deste ano serão tratados pela analista judiciária do TRE
de Minas Gerais, Sabrina Braga.
Segundo Zandra, o objetivo do seminário é disseminar, através do
tribunal, sobre a realidade atual de ausência de participação feminina no
cenário político, que, no Brasil, tem histórico de predominância masculina.
"A mulher, inicialmente, no processo demoncrático
brasileiro e no processo político em geral, ela nem votava. Então, nós fomos
ganhando aos poucos esses direitos que são inerentes ao ser humano e nós
mulheres não tínhamos por ser tradicionalmente um campo masculino. Então, as
dificuldades começam por aí. Depois, as mulheres sempre foram muito dedicadas à
família, aos filhos, e as mulheres, como todas as outras áreas profissionais,
tinham dificuldades de acessar, o que não foi diferente da política",
falou a desembargadora.
"Então, a dificuldade ainda foi maior porque as cadeiras
legislativas, o executivo, predominantemente, sempre foram exercidas por
homens. Então, estamos ajudando a quebrar esse paradigma: 'não, lugar de mulher
é onde ela quiser, inclusive na política'. Então, acredito que esse
tradicionalismo dificultou bastante a mulher, até para ela entrar no processo
eleitoral, como eleitora. Foram passos lentos, mas hoje temos garantido por
legislação 30% que as candidaturas sejam exercida pelo sexo feminino",
completou a magistrada.
Confira
entrevista na íntegra:
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