divulgação (Foto: Câmara dos Deputados)
Deputado que recebeu indulto de Bolsonaro teve 60 sanções disciplinares
quando estava na PM
Daniel Silveira se licenciou da PM para ser deputado e o processo foi
arquivado
O deputado
federal Daniel Silveira (PTB-RJ), que
recebeu a graça do presidente Jair Bolsonaro (PL) após ser condenado
pelo Supremo Tribunal Federal (STF), possui um vasto histórico
de indisciplina da época em que era policial militar.
O
deputado Bolsonarista foi condenado a oito anos e nove meses de prisão pelos
crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes e coação no curso
do processo.
Quando
era PM no Rio de Janeiro, Daniel Silveira recebeu 60 sanções disciplinares. A
informação consta de um processo administrativo da PM.
Segundo
o portal g1, na ficha policial, consta que o PM licenciado tinha "mau
comportamento". Por isso, Silveira ficou 26 dias presos e 54 detido — a
prisão ocorre por transgressões mais graves, enquanto a detenção por casos
menores.
Daniel
Silveira recebeu, ainda na corporação, 14 repreensões e duas advertências,
"ficando cristalina sua inadequação ao serviço policial militar",
conforme o boletim.
Ainda
segundo o documento, "em breve tempo de efetivo serviço policial
militar" ele demonstrou "ausência de compromisso e incompatibilidade
ao serviço policial militar".
O
processo administrativo foi arquivado quando Daniel Silveira se licenciou ao
ser eleito deputado federal, em 2019.
Um
dos desvios de conduta apontados no boletim interno da PM datado de julho de
2019 está uma postagem do então policial militar em uma rede social.
"Na
medida em que postou vídeos em sua página pessoal da rede social Facebook, pag
14, com comentários ofensivos e depreciativos em desfavor de integrantes da
imprensa nacional de uma forma geral, em alguns deles durante a execução do
serviço, fardado e no interior da viatura, erodindo preceitos éticos em vigor
da Polícia Militar e repercutindo negativamente a imagem da corporação".
A
Polícia Militar do Rio de Janeiro reprovou, em 2010, a entrada de Daniel
Silveira na corporação durante a pesquisa social feita pelo então candidato a
soldado. De acordo com o documento, Daniel descumpriu requisitos como ter boa
conduta social e não haver praticados atos considerados incompatíveis com a
honra do policial militar.
Daniel
Silveira era investigado pela Polícia Civil pela suspeita de furto do carimbo
de uma médica para fraudar atestados quando era cobrador de uma empresa de
ônibus em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
Para entrar na corporação, Daniel obteve uma decisão judicial,
em 2013, que garantiu seu ingresso na PM do RJ. Em 2014, o caso foi arquivado
pela Justiça.