divulgação (Foto: Presidência da República)
Para Mourão fala
de Barroso sobre Forças Armadas foi 'indevida'
A fala
do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso considerando
que as Forças Armadas estariam sendo manipuladas (relembre), ainda tem
repercutido negativamente no meio político. Nesta segunda-feira (25), o
vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), caracterizou como
“indevida” a fala do ministro. De acordo com o general, as Forças Armadas “não
são crianças para serem orientadas”. A declaração ocorreu em entrevista ao
jornal Gaúcha Zero Hora.
A fala ocorreu durante uma palestra no Brazil Summit Europe,
seminário promovido pela Universidade Hertie School, da Alemanha, Barroso afirmou
que “as Forças Armadas estão sendo orientadas para atacar o processo
[eleitoral] e tentar desacreditá-lo”.
“A fala do ministro Barroso foi indevida, pois as Forças Armadas
não são uma criança para serem orientadas. Em todo esse processo, elas têm se
mantido à parte, sem manifestações de seus comandantes ou de seus integrantes”,
disse Mourão sobre a fala do magistrado.
De acordo com o que divulgou o Portal Metrópoles,
parceiro do Bahia Notícias, o ministro, que é ex-presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), não citou quem estaria orientando as Forças Armadas.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), porém, já questionou reiteradas vezes a
segurança das urnas eletrônicas.
Para Barroso, as Forças Armadas não irão sucumbir a esse
movimento. “Tenho a firme expectativa de que as Forças Armadas não se deixem
seduzir por esse esforço de jogá-las nesse universo indesejável para as
instituições de Estado, que é o universo da fogueira das paixões políticas”,
destacou.
Barroso rebateu qualquer suspeita de fraude no processo
eleitoral. “Desde 1996 não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente
limpas, seguras”, enfatizou. O ministro também ressaltou que o Brasil é um dos
países que passam pela ascensão do que chamou de “populismo autoritário” e
defendeu o papel das Supremas Cortes. “Elas são obstáculo ao populismo
autoritário”, frisou.
Em nota, o Ministério da Defesa disse que a declaração de
Barroso é “ofensa grave”. O órgão pontuou que “repudia qualquer ilação ou
insinuação, sem provas, de que as Forças Armadas teriam recebido suposta
orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia”. O
comunicado oficial é assinado pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio
Nogueira de Oliveira.
“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o
sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência
de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa
grave a essas instituições nacionais permanentes do Estado brasileiro. Além
disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, assinalou
o general.