divulgação (Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)
Legislativo quer dar palavra final sobre cassação de parlamentares
Supremo condenou o deputado Daniel Silveira a 8 anos de prisão
O presidente da Câmara dos Deputados,
Arthur Lira (PP-AL), recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa
quarta-feira (20) para tentar garantir que o Legislativo tenha a palavra final
em casos de cassação de parlamentares em julgamentos da Corte.
A medida foi tomada no mesmo dia em que a Suprema Corte decidiu condenar
o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) a 8 anos e 9
meses de prisão pelos crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos
Poderes e coação no curso do processo. Silveira também foi apenado com a perda
do mandato e a suspensão dos direitos políticos após o fim dos recursos, penas
que podem tornar o parlamentar inelegível temporariamente.
Enquanto
o Supremo tem defendido que cabe ao Congresso apenas cumprir a decisão do
Judiciário, sem citar o parlamentar e com base em uma ação de 2018 que trata do
tema, Lira argumenta no recurso que, “diante das condenações penais transitadas
em julgado, compete às Casas do Congresso Nacional decidir pela perda do
mandato eletivo”.
Ontem,
pouco antes do início do julgamento, Daniel Silveira foi à tribuna da Câmara e,
além de duras críticas a ministros da Suprema Corte, lamentou o fato de Lira
não ter pautado a proposta que suspendia a ação penal contra ele.
Próximos
passos - Mesmo com a condenação de ontem, Daniel Silveira
continuará em liberdade, no exercício do mandato de deputado federal, pelo
menos por enquanto. Isso porque a defesa do deputado ainda pode entrar com os
chamados embargos declaratórios, instrumentos usados para apontar possíveis
falhas no processo e tentar diminuir a pena. O prazo para apresentação do
recurso é de até cinco dias depois do julgamento.
Segundo entendimento do STF, réus podem ser presos e a pena
passa a ser cumprida somente após o trânsito em julgado do caso, ou seja,
quando são esgotadas todas as possibilidades de recurso.