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Processo pela
cassação de Arthur do Val é aceito na Assembleia de São Paulo
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia
Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiu por unanimidade admitir as
representações que pedem a cassação do mandato do deputado Arthur do Val (sem
partido) por quebra de decoro parlamentar. A decisão foi tomada em reunião do
grupo na manhã desta sexta (18).
Assim, o colegiado começa oficialmente o julgamento do processo que
reúne 21 representações pedindo que Arthur, o Mamãe Falei, perca o seu mandato
por conta de áudios nos quais ele diz, entre outras coisas, que as mulheres
ucranianas "são fáceis porque são pobres".
Na quinta (17), a o deputado enviou sua defesa prévia à Alesp alegando
que as mensagens de Arthur não poderiam servir de prova no processo por serem
conteúdo privado enviado a um grupo de amigos e que foi vazado ilicitamente.
O advogado do deputado, Paulo Bueno, também alegou que as mensagens
foram enviadas de fora do Brasil, quando ele estava na Eslováquia, o que
tornaria o conselho de ética sem competência para julgar o caso.
A argumentação ainda apontava que Arthur estava licenciado quando se
manifestou com as falas sexistas, nas quais também dizia que a fila de
refugiados da guerra tem mais mulheres bonitas do que a "melhor balada do
Brasil".
Com isso, Arthur terá um novo prazo de cinco dias para apresentar a
defesa de mérito. Em seguida, é definido o relator, responsável pela formulação
de um parecer que será votado pelo colegiado -antes de ser enviado para
apreciação no plenário da Casa.
A presidente do conselho, deputada Maria Lúcia Amary (PSDB), já afirmou
que a relatoria vai ficar a cargo do deputado Delegado Olim (PP). Olim esteve
ausente da votação nesta sexta.
O conselho é composto de nove deputados. Adalberto Freitas (União
Brasil), Barros Munhoz (PSDB), Campos Machado (Avante), Enio Tatto (PT), Erica
Malunguinho (PSOL), Marina Helou (Rede), Amary (PSDB) e Wellington Moura
(Republicanos) votaram a favor da admissibilidade do processo, assim como o
corregedor da Casa, Estevam Galvão (União Brasil).
O órgão rejeitou o argumento da defesa que alega a
"extraterritorialidade do suposto ilícito", já que as mensagens foram
enviadas de fora do país, para desqualificar o conselho como competente para
julgar o processo.