Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2025

Política

Publicada em 01/01/22 às 22:16h - 23 visualizações
Mirando nos palanques estaduais, PSB dribla resistências a uma aliança com Lula
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divulgação  (Foto: Reprodução)

Mirando nos palanques estaduais, PSB dribla resistências a uma aliança com Lula

Socialistas ainda travam em acordos com PT para 2022.

Para ter apoio aos palanques estaduais e da formação de uma federação nas disputas proporcionais, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) driblou as principais resistências a uma aliança com o Partido dos Trabalhadores (PT) voltadas as eleições de 2022.

Inicialmente, as duas siglas se davam em relação ao apoio do PSB à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. A última eleição presidencial que o PSB fez parte da coligação do PT no primeiro turno foi em 2010, na primeira eleição de Dilma Rousseff.

Entretanto, a sinalização de Lula de que preferia ter Geraldo Alckmin (sem partido) como vice pelo PSD irritou líderes do PSB, que também negociam para abrigar o ex-governador a fim de indicá-lo para compor a chapa com o petista.

Em troca do apoio a Lula, o PSB quer o apoio do PT às candidaturas aos governos de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Acre.

"Nas relações pessoais e na relação política, existe uma coisa chamada reciprocidade. Estou confiante que chegaremos a um acordo em torno disso", afirma o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira ao jornal Folha de S.Paulo.

As tratativas estão avançadas na maioria dos estados. Porém, a possibilidade de contar com o tempo de propaganda eleitoral do PT nas disputas majoritárias convenceu a maioria da ala do PSB que era contrária à aliança.

Os socialistas avaliam que é preciso ter inserções expressivas no rádio e na televisão para tornar as suas candidaturas competitivas, à exceção de Pernambuco, onde já governa desde 2007.

Na campanha eleitoral de 2018, por exemplo, evitou se posicionar no segundo turno da disputa presidencial entre Jair Bolsonaro - à época no PSL - e Fernando Haddad (PT) para evitar que sua campanha à reeleição no estado fosse influenciada pelo movimento do antipetismo.

Apesar disso, França agora é um dos principais defensores de que o também ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB, se filie ao PSB para ser vice na chapa de Lula ao Planalto e, em paralelo, quer que o PT não lance Fernando Haddad para o governo de São Paulo.

Para 2022, França não deverá contar com o mesmo arco de alianças de 2018, quando a sua coligação teve 15 partidos. Por isso, o apoio do PT é tido como vital para a sustentação do projeto político.

Aliança no Rio Grande do Sul

O xadrez também é complexo no Rio Grande do Sul, onde o PSB tem como principal líder o ex-deputado federal Beto Albuquerque, pré-candidato a governador. No estado, o partido faz parte da base aliada do governador Eduardo Leite (PSDB), mas quer o apoio do PT na sua coligação.

Até o momento, o PT mantém a pré-candidatura do deputado estadual Edegar Pretto, um dos principais opositores de Leite.

Cientes de que a decisão final deverá ser do diretório nacional do partido, sob influência de Lula, os petistas gaúchos temem que uma aliança com o PSB cause espanto na sua base eleitoral, que é contrária ao governo do PSDB, do qual os socialistas são aliados no território gaúcho.

Aliança em Pernambuco

Em Pernambuco, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), era uma das principais barreiras a uma retomada da aliança com o PT. Isso porque, em 2020, ele usou a estratégia do antipetismo na propaganda eleitoral para vencer a prima de segundo grau, a deputada federal Marília Arraes (PT), no segundo turno do pleito municipal.

Após uma reunião com Lula no início de outubro em São Paulo, João Campos não tem mais sinalizado a aliados divergências com a possibilidade iminente de o PSB integrar o palanque do ex-presidente e fazer uma federação partidária com o PT.

Visão do presidente do PSB

O presidente nacional do PSB se mostra favorável a uma federação com outros partidos de esquerda. "Nas federações, estamos juntando forças políticas progressistas num único bloco que vai também atuar juntamente no Parlamento", disse Siqueira.

"O eleitor não será enganado, vota no PSB, mas pode eleger [um deputado] do PT, do PC do B, mas são forças políticas muito mais próximas do que eram com as coligações, então o eleitor não será enganado", completou o dirigente.

A expectativa do PSB é que, com uma federação com PT e PC do B e talvez PSOL, PV e Rede, a sua bancada possa ser ampliada dos atuais 30 para pelo menos 40 deputados federais em 2022. O objetivo é ter maior poder de influência perante um eventual governo Lula e lançar potenciais candidatos a prefeito nas capitais em 2024.





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