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Congresso promulga trecho restante da PEC dos Precatórios
Votação nesta quarta (15) na Câmara concluiu processo
O presidente do Senado e do Congresso
Nacional, Rodrigo Pacheco, promulgou na tarde de hoje (16) os trechos ainda
pendentes da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 46/21, a chamada PEC dos
Precatórios. Ontem (15), a Câmara concluiu a votação dos trechos da PEC
alterados no Senado. Uma parte da PEC, com os trechos de consenso já formado
nas duas Casas, havia sido promulgada na semana passada.
A
proposta abre um espaço fiscal de R$ 43,8 bilhões para a União gastar em 2022,
segundo divulgado pelo Ministério da Economia. No ano que vem, a aplicação dos
recursos economizados com o limite de pagamento de precatórios deverá ser
exclusivamente utilizado em seguridade social e no programa Auxílio Brasil. O
trecho já promulgado abriu um espaço de R$ 64,9 bilhões no Orçamento de 2022.
Ao
ser analisada no Senado, no início de dezembro, a proposta foi modificada e
precisou retornar para análise da Câmara. Entre as alterações estava a redução
de 2036 para 2026 do prazo de vigência para esse limite de pagamento de precatórios.
Outro ponto foi a inclusão de vinculação da utilização dos recursos obtidos com
programas de transferência de renda, saúde, previdência social e assistência
social. Antes, não havia tal referência para o uso dessa verba aberta com a
PEC.
Após
assinar a promulgação, Pacheco destacou o caráter assistencial da proposta e a
atenção às famílias carentes com programas sociais. “A parte que hoje
promulgamos abre ainda mais espaço fiscal para a implementação dos programas
sociais que garantirão renda para as famílias mais pobres. Também incorpora a
sugestão do Senado Federal de afirmar o direito a uma renda básica e de
confirmar o caráter permanente de um programa de transferência de renda que
realiza esse direito”.
O
texto prevê um limite anual para o pagamento de precatórios, que são dívidas da
União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, determinadas por
sentença judicial definitiva. Os precatórios podem ser relacionados a impostos,
questões salariais e outros. O presidente da República negou que a PEC seja o
instrumento de “calote”. Segundo argumentou em evento na semana passada, a PEC
é “uma renegociação, um alongamento de dívida para quem tinha mais de R$ 600
mil para receber do governo”.
Presente
na cerimônia de promulgação, o presidente da Câmara, Arthur Lira, reiterou o
discurso de Jair Bolsonaro e exaltou a abertura de verba para custeio de
programas sociais. “Para garantir que esse e outros programas tenham recursos,
[a PEC] estabelece prioridades no pagamento de precatórios e cria uma comissão
destinada a evitar surpresas, como as que tivemos esse ano, com a
obrigatoriedade de quitação num volume financeiro inesperado e muito elevado de
precatórios decorrentes de sentenças judiciais”.