divulgação (Foto: Divugação/ Sesab)
Fábio Vilas-Boas rebate entrevista de Mandetta sobre a situação da Saúde
na Bahia
Para o ex-secretário, tão grave quanto a desinformação do ex-ministro é
o fato de ele ser um dos responsáveis pelo projeto de governo de ACM Neto
O ex-secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, rebateu as
declarações do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em entrevista
concedida ao jornal Tribuna da Bahia, na qual classificou a saúde da Bahia com
"vazios assistenciais". Por meio de nota encaminhada nesta
sexta-feira (10), Vilas-Boas afirmou que Mandetta revela desconhecer a situação
do setor no estado e lamentou as declarações.
Ainda segundo a nota, Vilas-Boas descreve as ações realizadas pelos
governos petistas na saúde da Bahia e finaliza citando que "tão
preocupante quanto o grau de desinformação, é saber que ele é um dos responsáveis
pela construção do projeto de Saúde do ex-prefeito e pré-candidato ACM
Neto".
Confira a nota na íntegra:
"São lamentáveis as declarações do
ex-ministro de Bolsonaro, o sul-matogrossense Luis Mandetta, em entrevista à
Tribuna da Bahia, apontando vazios assistenciais no sistema de saúde do nosso
Estado. Suas afirmações revelam total desconhecimento de como está estruturado
o Plano Diretor de Regionalização do Estado (PDR), assim como, desconhece
também o Projeto de Regionalização e Descentralização da Saúde, conduzido ao
longo dos dois últimos governos estaduais.
Em 2007, quando Jaques Wagner assumiu o
Governo Estadual, após duas décadas de governos ligados ao carlismo, toda a
alta complexidade da saúde da Bahia era concentrada na capital do Estado. Não
havia uma rede estadual de oncologia, nem de cardiologia, nem de ortopedia de
alta complexidade nem de neurocirurgia no interior da Bahia. Essenciamente,
tudo de alta complexidade era resolvido nos hospitais do Estado, em Salvador.
Na média complexidade ambulatorial especializada (consultas com especialistas e
exames de imagem), esse tipo de atendimento simplesmente inexistia.
Ao longo dos últimos 15 anos, foram
construídos 16 novos hospitais e maternidades, 26 policlínicas regionais de
saúde, além da ampliação, modernização, reforma e requalificação de dezenas de
unidades de saúde. Somente na área de oncologia, foram e estão sendo
implantadas novas
Unidades de Alta Complexidade em Oncologia -
UNACONs - em Juazeiro, Barreiras, Irecê, Vitória da Conquista, Porto Seguro,
Caetité, além do CICAN e do Hospital da Mulher, em Salvador. Na área de
cardiologia, foram inaugurados serviços de cirurgia cardíaa e hemodinâmica em
Barreiras, Irecê, Ilhéus, Salvador e, em breve, Porto Seguro.
Os hospitais das cidades polo nas
9 macroregiões de saúde foram dotados de equipamentos e pessoal
especializado para absorver a demanda de média e alta complexidade e tornar as
regiões auto-suficientes, evitando transferências para fora das regiões.
Somente na área de bioimagem, foram implantados serviços novos via PPP em 11
unidades, disponibilizando tomografia e ressonância magnética com laudagem
remota. Apenas nos últimos 5 anos, a Bahia saltou de duas máquinas de
ressonância disponíveis ao SUS, para 36.
Com o investimento histórico realizado nos
últimos anos, a Bahia tornou-se modelo de gestão na saúde, passando a exportar
soluções tecnológicas, como as aplicadas na Central Integrada de Comando e
Controle da Saúde, responsável, dentre outras ações, pelos sistemas digitais de
regulação, lista única e monitoramento online de leitos, serviço esse que o
Ministro teve a oportunidade de conhecer pessoalmente. Na gestão da saúde, a
Bahia é pioneira e benchmark em Parcerias Público Privadas.
Tão preocupante quanto o grau de
desinformação do ex-ministro de Bolsonaro, é saber que ele é um dos
responsáveis pela construção do projeto de Saúde do ex-prefeito e pré-candidato
ACM Neto. Com tantos nomes qualificados na saúde pública baiana, a importação
de um consultor externo, sem qualquer vínculo histórico com o Estado, desmerece
e desqualifica os profissionais de saúde da Bahia. Importante não esquecer que
o ex-ministro possui fortes vínculos com os planos de saúde privados, tendo
sido presidente da Unimed por muitos anos, além de ter sido financiado pela
Amil na sua eleição para deputado federal e iniciado a sua gestão a serviço de
interesses privatistas, chegando a participar de discussões para implantar um
modelo de plano de saúde popular que iria minar o SUS".