divulgação (Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado)
Congresso comunica ao STF que vai adotar medidas para detalhar emendas
de relator deste ano
STF determinou que Legislativo
divulgue o detalhamento dessas emendas
O Congresso Nacional enviou um ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF)
nesta sexta-feira (3) em que busca um mecanismo de dar maior publicidade e
transparência às emendas de relator do orçamento. Este é um esforço para tentar
destravar o pagamento do chamado "orçamento secreto".
A Advocacia do Senado afirmou que o presidente do Congresso, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), pediu ao relator-geral do Orçamento de 2021, senador Márcio
Bittar (PSL-AC), que adote todas as "providências possíveis e necessárias para
o cumprimento das citadas deliberações do Congresso Nacional e da mencionada
decisão do Supremo Tribunal Federal".
No documento, os advogados do Senado fazem questão de ressaltar que não
havia obrigação para que esses dados - o autor da emenda, o valor pedido, o
valor liberado e a destinação, por exemplo - estivessem cadastrados em algum
sistema do Congresso.
Segundo o documento, caso não consiga levantar essas informações, Márcio
Bittar terá de informar a Rodrigo Pacheco as razões para o descumprimento do
pedido.
"Informo que essa Presidência disponibilizará a estrutura e os
servidores necessários, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, para a
realização do referido trabalho por parte de Vossa Excelência", diz o
documento de Pacheco a Bittar.
O "orçamento secreto" é como ficaram conhecidas as emendas
parlamentares pagas na modalidade "emendas de relator".
STF mandou dar publicidade
Relatora de uma ação de partidos políticos contra esse dispositivo, a
ministra Rosa Weber determinou a suspensão do pagamento das emendas e a adoção
de total transparência e publicidade das movimentações financeiras. A decisão
de Rosa Weber já foi confirmada pelo plenário do STF por 8 votos a 2.
Após a determinação, o Congresso aprovou mudanças nas regras do
"orçamento secreto", mas técnicos legislativos e parlamentares da
oposição consideram que o novo texto mantém a falta de transparência.
A partir de 2022, os nomes dos autores das indicações serão publicados
no site da Comissão Mista de Orçamento. Além de parlamentares, agentes públicos
e a sociedade civil também poderão fazer solicitações para o uso do dinheiro, o
que, segundo técnicos legislativos, abre uma brecha para que o nome do deputado
ou senador continue oculto.