divulgação (Foto: Sergio Moro (Podemos), ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-juiz federal MARIANA LONDRES/R7)
No
Senado, Moro defende Auxílio Brasil dentro do teto de gastos
Ex-juiz federal
criticou ainda condução econômica de Lula e Bolsonaro, seus potenciais
adversários em 2022
O ex-juiz,
ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e possível pré-candidato do Podemos à
Presidência, Sergio Moro, defendeu, em visita ao Senado
Federal nesta terça-feira (23), o programa Auxílio Brasil de forma permanente,
mas dentro do teto de gastos. Ao fazer a defesa, ele fez
críticas à condução econômica de Lula e Bolsonaro, seus potenciais adversários
em 2022.
"A grande
pergunta é se responsabilidade social é incompatível com responsabilidade
fiscal e a resposta que a bancada do Podemos tem apresentado é que as duas
caminham juntas", afirmou.
Moro atribui o
início da recessão econômica à política econômica do governo do PT e elogiou o
teto de gastos, criado durante o governo de Michel Temer como âncora fiscal.
"O teto de
gastos quando foi criado em 2016 resultou numa imediata queda do juros cobrado
do mercado. Isso impulsionou a recuperação da economia. Nós vínhamos da
recessão criada no governo do Partido dos Trabalhadores. Não vamos aqui fechar
os olhos para as consequências do rompimento dessa política do teto de gastos.
Isso vai gerar um aumento da inflação e vai ter que ser respondido pelo Banco
Central com um aumento do juros. E quando se fala em aumento de juros a
consequência disso é recessão".
Questionado sobre a
política econômica do governo Bolsonaro, do qual participou, Moro disse que as
promessas da equipe econômica não foram cumpridas.
"Enquanto eu
estava no governo, eu era responsável pelo Ministério da Justiça. Nunca fui
responsável pela política econômica. Mas as promessas da política econômica, de
respeito ao teto de gastos, responsabilidade fiscal e crescimento econômico não
foram realizadas. A perspectiva que nós temos pra um próximo ano é,
infelizmente, de estagnação — o que gera desemprego. E esse é um produto
direto da responsabilidade fiscal do governo".
Ele também criticou
a mudança do nome do programa de Bolsa Escola para Bolsa Família e agora
Auxílio Brasil: "Não está certo do ponto de vista de política
pública", disse.
Moro esteve ao lado
de parlamentares do partido — um deles, o senador Oriovisto Guimarães
(PR), apresentou uma alternativa à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos
Precatórios que define, por meio do cortes de despesas, recursos orçamentários
para o financiamento do Auxílio Brasil sem furar o teto de gastos e sem dar
calote nos servidores que têm créditos judiciais a receber.
O partido ao qual
Moro se filiou, o Podemos, defende o pagamento dos precatórios e Moro lembrou
que são dívidas do Estado com pessoas comuns, brasileiros. "Quem tem
precatórios são pessoas como nós, que terão seus créditos postergados".
Moro vem se
manifestando de forma contrária ao texto da PEC dos Precatórios
aprovada pela Câmara dos Deputados e que encontra dificuldade
no Senado. O texto, para o ex-ministro, vai fazer com que o país perca ainda
mais credibilidade fiscal e investimentos, gerando um cenário de prejuízos
aos cidadãos, com inflação e juros mais altos, além de aumento do desemprego.