divulgação (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
Senadores aprovam comparecimento de Augusto Aras ao Senado para falar
sobre relatório de CPI
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado
aprovou nesta terça-feira (23) um requerimento para que o procurador-geral Augusto Aras compareça ao colegiado
para prestar esclarecimentos sobre providências adotadas frente aos fatos
levantados aos indiciamentos contidos no relatório final da CPI da
Pandemia.
O requerimento é de autoria do senador, e líder da oposição no senado, Randolfe Rodrigues (Rede).
Após a deliberação e aprovação da proposta, Rodrigues agradeceu aos colegas e
lembrou que o relatório foi entregue a Aras no último dia 27 de outubro.
Ele destacou que "encontra-se sob a mesa" de Aras a sugestão
de indiciamento de ao menos oito pessoas com foro privilegiado - entre elas o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O relatório final foi aprovado no último dia 26 de outubro.
"No caso específico do presidente da República, no hall de
indiciamento, está indicado o envolvimento e responsabilidade dele em pelo menos oito crimes conforme o código penal brasileito.
Entre eles, o crime de epidemia e outros dois - um de responsabilidade,
que será objeto de um impeachment a ser protocolado no próximo dia 14 de
dezembro; e um crime contra a humanidade, a ser objeto de análise pelo Tribunal
Internacional Penal", recaptulou.
Randolfe também citou declaração pública de Aras sobre instaurar
"investigações preliminares" a respeito do conteúdo do relatório.
Para o parlamentar, não há razão para que o PGR o faça, considerando que a
comissão parlamentar, ao longo de seis meses, realizou uma "profunda
investigação" a respeito das ações e omissões do governo.
Com a convocação, os senadores querem saber de Aras se ele dará
encaminhamento às investigações - instaurando inquérito no Supremo Tribunal
Federal (STF) -, se moverá uma ação penal contra o presidente ou se arquivará o
relatório. "'Investigação preliminar' me parece uma ação protelatória do senhor procurador da República.
É por isso que ele precisa vir aqui", opinou Rodrigues.
O líder da oposição ponderou, contudo, que a documentação reservada do
relatório só chegou às mãos de Aras entre os dias 8 e 9 de novembro, e sugeriu
que a ida do procurador aconteça entre 8 e 16 de dezembro - antes do
recesso. O requerimento também será apreciado pela comissão Transparência,
Fiscalização e Controle.
"É importante que façamos, aqui no Senado, uma sessão conjunta
dessas comissões, para assim ouvir o procurador-geral da República",
concluiu. O presidente da sessão, o senador Fabiano Contarato (Rede),
acatou a sugestão de sessão conjunta.