divulgação (Foto: O ministro da Economia, Paulo Guedes, com a filha, Paula Drumond Guedes)
Deputado
pede que MPF investigue ida de Guedes a evento da filha
Ministro foi
convidado para evento privado da filha, mas governo federal arcou com os custos
de hospedagem e passagens aéreas
O deputado Elias
Vaz (PSB-GO) afirmou, nesta sexta-feira (19), que vai entrar com uma representação
no MPF (Ministério Público Federal) pedindo que o ministro da Economia, Paulo
Guedes, seja investigado por usar dinheiro público para bancar a
ida a um evento privado, em 2019, organizado pela filha dele, Paula Drumond
Guedes, no Rio de Janeiro, como revelou o R7.
Dados do Portal da
Transparência levantados pela reportagem mostraram que os cofres públicos garantiram
R$ 15.739,27 para passagem e hospedagem de Paulo Guedes e outros três
assessores do ministério, entre eles Igor Manhaes Nazareth, subsecretário de
Inovação, para que participassem do evento Origem 2030, promovido pela
organização IFL Dialogues, que foi fundada por Paula Drumond.
Segundo Vaz, o
episódio mostra que "Paulo Guedes não tem compromisso com o dinheiro
público". De acordo com o parlamentar, o ministro pode ter incorrido em
crime de improbidade administrativa. "Na nossa opinião, está caracterizada
a possibilidade clara de improbidade administrativa, na medida em que ele
[Guedes] faz uma confusão entre o público e o privado", frisa o deputado.
Paula Drumond
Recentemente, Paula
Drumond virou alvo de outra representação ao MPF, também elaborada por Vaz,
porque Guedes omitiu que a filha é diretora de uma offshore que
ele mantém nas Ilhas Virgens Britânicas. A defesa do ministro
diz que a participação de Paula Drumond na empresa "se deve a questões
meramente burocráticas de representação junto aos gestores e administradores
terceirizados".
Na opinião de Vaz,
contudo, a atuação de Paula Drumond na organização do Origem 2030 mostra que
ela é "bastante atuante no mercado financeiro", pois o evento foi
“estritamente para convidados”, como diz a página oficial. Para participar sem
o convite, o interessado deveria preencher um formulário em que indicaria de
qual empresa era fundador e responderia se era investidor de VC (venture
capital), um meio de investimento do fomento de negócios e empreendimentos de
alto risco.
"O
comportamento dela mostra que ela tem uma atuação ativa no mercado financeiro,
o que nos leva, cada vez mais, a ter a convicção de que essa offshore teve,
sim, informações privilegiadas e precisa ser investigada a fundo essa
situação", ponderou o deputado.