Divulgação (Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados)
Por 12 votos, Conselho de Ética arquirva processo contra Janones
por susposta "rachadinha"
A sessão ainda terminou em confusão entre os deputados Delegado
Caveira (PL-PA) e Juliana Cardoso (PT-SP)
O processo contra o deputado federal André Janones (Avante-MG),
por suposta quebra de decoro parlamentar, foi arquivado pelo Conselho de Ética
da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (15), por 12 votos a 5. A acusação é
de suposta prática de “rachadinha” em seu gabinete. Janones nega as
acusações.
A ação tramita também no Supremo Tribunal (STF) e o
caso é alvo da apuração da Polícia Federal desde 2021. De acordo com as
investigações feitas em 2019, assessores e ex-assessores do parlamentar tiveram
que começar a devolver a ele, parte dos salários que recebiam.
O deputado Guilherme Boulos (PSOL-PS), relator da ação contra
Janones, há três semanas apresentou parecer que reforçou a posição pelo
arquivamento na reunião desta quarta. Ele alega que “não há justa causa”
que justifique o prosseguimento do processo.
No voto, Boulos sustenta que as supostas denúncias começaram
antes do mandato de Janones na Câmara, que iniciou em 2023. “Em suma, vamos à
tese esposada: não há justa causa, pois não há decoro parlamentar, se não havia
mandato à época — o que foge do escopo, portanto, do Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar”, pontuou.
Confusão
na sessão
Durante a análise do processo contra Janones, uma confusão entre
deputados marcou a sessão do Conselho. A deputada Jack Rocha (PT-ES) defendia o
arquivamento da ação contra Janones, como também defende o relator do caso. No
discurso, Jack citou o caso de Nikolas Ferreira (PL-MG), que teve um processo
arquivado no Conselho de Ética após uma fala transfóbica.
Neste momento, os deputados, Delegado Caveira (PL-PA) e Juliana
Cardoso (PT-SP) começaram a discutir no plenário. Com a confusão, o deputado
Leur Lomanto Júnior (União-BA), presidente do colegiado, ordenou o
esvaziamento do plenário, com exceção de deputados. Assessores parlamentares,
jornalistas credenciados e visitantes tiveram que deixar o local.