Divulgação (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)
Proposta de regulamentação da tributária segue parada na Câmara
desde abril
Ainda no primeiro semestre, o governo planeja aprovar a
proposta na Câmara e, tentar aprová-la no Senado, em agosto
Há quase
um mês, o texto da regulamentação da reforma tributária sobre o consumo está
estagnado na Câmara dos Deputados, sem previsão de instalação do grupo de
trabalho para discutir o tema. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou
a proposta ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em 24 de abril e,
desde então, segue sem atualizações.
Após levar o texto a Lira, Haddad alegou que o presidente da Casa Baixa havia
se comprometido a votar o texto ainda no primeiro semestre. No entanto, o prazo
começa a ficar apertado, visto que no mês de junho, os deputados costumam
viajar para festas de São João no Nordeste, além de intensificar as pré-campanhas
para as eleições municipais.
Durante a semana, Lira afirmou que os nomes do grupo de
trabalho seriam revelados na última quarta-feira (15), mas ainda não ocorreu. A
expectativa é de que os parlamentares escolhidos debatam a matéria em até 50
dias com setores envolvidos e membros da sociedade civil.
“Devemos ter cuidado com todas as entidades que acham que devem ter alíquotas
diferenciadas”, disse o presidente da Câmara, que reforçou o compromisso
de aprovar o texto até julho, na tentativa de que chegue ao Senado
Federal em agosto.
Ainda no primeiro semestre, o governo planeja aprovar a
proposta na Câmara e, no segundo, tentar aprová-la no Senado. Porém, ainda
sem a definição do grupo de trabalho, há riscos do texto ficar
paralisado até as eleições municipais, em outubro.
O Congresso Nacional não deve ter votações relevantes, pois
os deputados e senadores estarão concentrados em seus redutos eleitorais
para o pleito municipal.
Regulamentação
A proposta de emenda à Constituição (PEC) que institui a reforma
tributária foi aprovada e promulgada no fim de 2023. O projeto de lei
complementar, enviado pela equipe econômica, regulamenta detalhes da reforma
que prevê isenção das alíquotas do IBS e do CBS, sobre alimentos que compõem a
cesta básica. No entanto, o número de produtos isentos está limitado a 15.
Itens como cigarros, bebidas alcoólicas e açucaradas, veículos poluentes,
extração de minério de ferro, petróleo e gás natural, estarão sujeitos à
cobrança do Imposto Seletivo, conhecido como “imposto do pecado”. A
intenção é desencorajar o consumo de produtos que possam provocar mal à saúde
ou ao meio ambiente.
Outra sugestão da regulamentação é a devolução de parte dos
impostos pagos pela população, chamado “cashback do povo”, que será destinada
às famílias que recebem até meio salário mínimo.