Divulgação (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Senado deve analisar PL que criminaliza apologia a tortura e
ditadura na próxima semana
O senador Rogério Carvalho afirma que existem “diferenças
imprescindíveis entre liberdade de expressão e apologia ao crime”
A Comissão de Defesa da Democracia do Senado Federal deve
analisar na próxima quarta-feira, 15, o projeto de lei do senador Rogério
Carvalho (PT-SE) que torna crime a apologia à tortura e à ruptura democrática
no Brasil. No texto, as condutas são inclusas no Código Penal e prevê pena de
detenção de três a seis meses e pagamento de multa. A sessão de apreciação
da proposta seria essa semana, mas precisou ser adiada.
O projeto, apresentado pela senadora Teresa Leitão (PT-PE), veta
a publicação ou disseminação, em ambiente virtual ou não, de material que
incite crimes ou exalte criminosos, bem como a tortura, torturadores e a
instauração de regime ditatorial.
Em caso de infração cometida por agente político, membro do
Poder Judiciário ou do Ministério Público, a pena é agravada e pode chegar a um
ano de detenção. Se comprovada a utilização de perfis falsos nas redes sociais
ou o emprego de “robôs”, a pena pode ser aumentada pela metade.
Rogério Carvalho sustenta haver “diferenças imprescindíveis
entre liberdade de expressão e apologia ao crime”. Segundo o parlamentar,
enquanto a liberdade de expressão é um direito previsto na Constituição,
existem “crimes que podem ser cometidos através da palavra”, como o racismo e a
injúria, que não só ofendem, mas captam “grupos radicais que difundem discurso
de ódio travestidos de liberdade de pensamento”.
Ainda ressalta que a liberdade de expressão deve ser
diferenciada das práticas que “ameaçam cercear as demais liberdades" e
que, “num momento de crise política”, a democracia seja protegida.
O projeto precisa passar pelas comissões de Segurança Pública e
Constituição e Justiça do Senado. Se aprovado, segue para a Câmara dos
Deputados e, posteriormente, para sanção presidencial.