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Bolsonaro convoca nova manifestação no Rio de
Janeiro para falar sobre minuta golpista
Desta vez, o ex-presidente não fez nenhum pedido para que seus
apoiadores se recusem a levar cartazes com ataques a ministros do STF
Investigado por uma tentativa de golpe de Estado, o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou uma nova manifestação desta vez no
Rio de Janeiro, no próximo dia 21 de abril, feriado nacional de Tiradentes.
"Estou te convidando para uma grande manifestação no Rio de
Janeiro, na Praia de Copacabana.
Estaremos dando continuidade ao que aconteceu em São Paulo, no
dia 25 de fevereiro. Estamos discutindo, levando informações para vocês,
juntamente com autoridades e o pastor Silas Malafaia sobre o nosso Estado Democrático
de Direito e, também, falarmos sobre a maior fake news da história do Brasil,
que está resumida hoje na minuta de golpe", disse o ex-presidente.
"Vamos lutar pela nossa democracia e nossa liberdade", acrescentou.
Desta vez, o ex-presidente não fez nenhum pedido para que seus
apoiadores se recusem a levar cartazes com ataques a ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF), como fez quando convocou o ato na Avenida Paulista, em
São Paulo, em fevereiro.
Bolsonaro, generais das Forças Armadas e ex-ministros de Estado
são investigados pela Polícia Federal por uma tentativa de golpe. De acordo com
as investigações, o grupo planejou anular o resultado das eleições de 2022,
evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prender ministros da Suprema
Corte do País. Ao menos três minutas golpistas foram encontradas em posse do
ex-presidente e de aliados.
Em 8 de fevereiro, a Polícia Federal cumpriu 33 mandados de
busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva na operação que
investiga a tentativa de golpe, batizada de Tempus Veriratis. Depois disso,
Bolsonaro convocou a manifestação na Paulista.
Em São Paulo, o ex-presidente se disse perseguido e pediu
anistia a golpistas que participaram do ataque à Praça dos Três Poderes, no dia
8 de Janeiro. O ex-mandatário também negou liderar uma articulação golpista
depois da derrota nas eleições.
"Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. Nada disso
foi feito no Brasil. Por que continuam me acusando de golpe? Porque tem uma
minuta de decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Deixo claro
que estado de sítio começa com presidente convocando conselho da República.
Isso foi feito? não", disse.
"É o Parlamento quem decide se o presidente pode ou não
editar decreto de estado de sítio. O da defesa é semelhante. Ou seja, agora
querem entubar em todos os nós um golpe usando dispositivos da Constituição
cuja palavra final quem dá é o Parlamento", prosseguiu.