Divulgação (Foto: reprodução)
Em meio à polêmica sobre Buracão e áreas verdes, surge o
'Baralho do Crime Ambiental'
Série de cards tem retrato de 29 vereadores de Salvador que
apoiam planos da especulação imobiliária
Às vésperas da votação do projeto de lei que transforma dois
imóveis situados na Praia do Buracão, no Rio Vermelho, em parque público com
vista para o mar e estacionamento com acesso pela Rua do Barro Vermelho,
começou a circular intensamente nos grupos de aplicativos de mensagens uma
série de cards batizado de Baralho do Crime Ambiental. Trata-se de sátira com o
Baralho do Crime da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), com a
diferença de que, em vez dos bandidos mais procurados, mostra o retrato de 29
vereadores que votaram a favor da desafetação de 40 áreas verdes e terrenos da
capital, parte deles já colocado em leilão.
No Baralho do Crime Ambiental, os vereadores listados são ases
de espada. Todos eles pertencem à base aliada ao prefeito Bruno Reis (União
Brasil) e são apontados nos corredores da Câmara como integrantes da tropa favorável
aos planos de avanço da especulação imobiliária em Salvador, em detrimento do
meio-ambiente. O que incluir impedir a aprovação da proposta apresentada pelo
presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), que impede a construção de
dois espigões residenciais de alto padrão na famosa praia do Rio Vermelho pela
construtora OR (atual nome da Odebrecht).
O baralho, cuja autoria é desconhecida, circulou bastante entre
moradores do bairro e militantes de movimentos sociais, em meio às especulações
que apontam para o naufrágio do projeto de Muniz. Em entrevista ao radialista
Mário Kértesz na última quinta-feira (07), o próprio presidente da Câmara
Municipal admitiu dificuldades para aprovar a proposta, devido à ampla maioria
que a bancada da prefeitura possui na casa. Dos 43 vereadores, a oposição tem
apenas nove integrantes.