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Governo federal publica calendário de
pagamento de emendas parlamentares
Medida havia sido vetada por Lula, mas foi restituída após
acordo
Um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) oficializou a retomada de um calendário para o pagamento de emendas
parlamentares ao longo do ano. O cronograma, que estava previsto na Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovado pelo Congresso Nacional, foi vetado
pelo presidente no fim do ano passado, mas após acordo político entre governo e
partidos da base aliada, essa semana, a previsão foi restituída. Os valores
consideram o pagamento de emendas individuais, de bancada estadual e de
comissões, de fevereiro a dezembro de 2024. As informações são da Agência
Brasil.
Parte dessas emendas, especialmente as voltadas para custeio nas
áreas de saúde, educação a assistência social, deverá ser empenhada (reservada)
até 30 de junho, que é o prazo limite para esse tipo de operação orçamentária
antes da vedação temporária imposta por causa das eleições municipais, de
outubro deste ano. Esse valor, de acordo com estimativas oficiais, soma cerca
de R$ 14,5 bilhões. As emendas representam a principal forma pelo qual os parlamentares
destinam recursos para os seus redutos eleitorais, e havia uma pressão grande
do Congresso Nacional para que os pagamentos fossem realizados até a data
limite do calendário eleitoral.
O decreto com o cronograma foi publicado em edição extra do Diário
Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (22), depois de uma reunião, no
Palácio do Planalto, envolvendo o ministro da Secretaria de Relações
Institucionais, Alexandre Padilha, lideranças partidárias e parlamentares
integrantes da Comissão Mista de Orçamento (CMO), bem como o relator da LDO, o
deputado federal Danilo Forte (União Brasil-CE).
"Vocês sabem que a Lei de Diretrizes Orçamentárias tinha
proposta de cronograma de acelerar a execução no primeiro semestre dos recursos
de repasses a fundo da saúde e assistência social, do SUS [Sistema Único de
Saúde] e do SUAS [Sistema Único de Assistência Social]. O governo tem
concordância em acelerar essa execução. Teve um veto por conta de uma coisa que
havíamos anunciado, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal", afirmou
Padilha em entrevista a jornalistas, para explicar o veto e anunciar a edição
do cronograma via decreto.
Com o acordo, o veto ao calendário de liberação de emendas na
LDO deverá ser mantido, mas outros pontos vetados da lei ainda serão objeto de
negociação entre governo e parlamentares, em nova rodada de reuniões previstas
para o começo de março.
Ainda de acordo com o decreto, os ministérios da Fazenda e do
Orçamento poderão fazer alterações nos cronogramas de acordo com decisões de
órgãos técnicos ou judiciais.
Na noite de quinta-feira (22), o presidente Lula reuniu-se, em
um coquetel, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com
ministros do governo e com líderes partidários da Câmara dos Deputados. O
encontro teve a presença de cerca de 25 pessoas, no Palácio do Alvorada,
residência oficial da Presidência da República. O encontro marcou o engajamento
direto do presidente na articulação política junto ao Congresso Nacional.