Divulgação (Foto: Agência Brasil)
Bolsonaro dispensa 'vaquinha' para ato na
Paulista em mensagem enviada para aliados
Bolsonaro também pediu que as pessoas evitem levar faixas
"contra quem quer que seja"
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu a aliados e
parlamentares bolsonaristas que não contribuam com campanhas de arrecadação de
dinheiro que tenham como objetivo financiar o ato marcado para o próximo dia 25
na Avenida
Paulista, em São Paulo. Em mensagem encaminhada a
deputados, Bolsonaro diz que a organização da manifestação "não precisa de
recursos".
"Comunicado que o evento de 25/fevereiro tem uma
coordenação. Não precisamos de recursos. Quem porventura esteja pedindo
dinheiro (vaquinha) para o evento, não conta com nosso apoio. Não
contribua", escreveu o ex-presidente em mensagem enviada nesta
quinta-feira, 15, aos aliados.
A manifestação encabeçada pelo ex-presidente e por seus aliados,
o pastor evangélico Silas Malafaia, o ex-ministro da Secretaria da Comunicação
Social da Presidência (Secom) e advogado do ex-presidente, Fábio Wajngarten, e
o deputado federal Zucco (Republicanos-RS), tem
como objetivo se contrapor às investigações reveladas na Operação Tempus
Veritatis, que apura a articulação de um golpe de Estado.
Os custos da organização do evento serão arcados por Silas
Malafaia. O pastor disse nesta quinta-feira, após reunião com Bolsonaro, que a
manifestação "vai além" do ex-presidente. Segundo o líder evangélico,
o ato é "em favor a liberdade de todo povo brasileiro".
"Manifestações pacíficas são livres na nossa nação e é isso
que nós vamos fazer lá. Vamos fazer uma grande manifestação em favor da
liberdade de todo o povo brasileiro. Vai muito mais além do que
Bolsonaro", afirmou o pastor, na saída do encontro realizado na sede do
Partido Liberal, em Brasília.
Nesta sexta-feira (16), o pastor foi às redes sociais para negar
que os gastos com o ato serão arcadas pela igreja Assembleia de Deus Vitória em
Cristo ou pela Associação Vitória em Cristo - organizações que ele comanda.
Na quarta-feira (14), Malafaia, porém, havia afirmado que o
aluguel do trio elétrico foi feito em nome da Associação Vitória em Cristo, que
faz parte de seu império religioso. "Alguém tem que pagar, não é de
graça", afirmou o pastor ao Estadão.
O pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo disse que um
dos princípios de sua entidade, formalizada em estatuto, é a de fazer
manifestações públicas para "dar consciência ao povo", e, portanto, o
financiamento da estrutura tem base legal. Segundo Malafaia, o objetivo do
evento, que surgiu de uma conversa entre ele e o ex-presidente, é fazer a
defesa de Bolsonaro e informar "sobre o Estado Democrático de
Direito". "Não estamos fazendo nada de maneira ilegal ou
arbitrária", afirmou.
Bolsonaro, no vídeo que convoca os apoiadores para a
manifestação, pediu que as pessoas evitem levar faixas "contra quem quer
que seja". Em atos anteriores convocados pelo ex-presidente, tornou-se
comum a exibição de faixas pedindo intervenção federal e atacando ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF).
"Sempre tinha faixa de algum aloprado: 'fechar o STF' ou
'fechar o Congresso Nacional'", disse Malafaia, atribuindo os objetos a
"imbeciloides". Segundo o pastor, manifestações desse tipo eram
narradas como a tônica dos eventos e, por isso, Bolsonaro fez a solicitação aos
apoiadores.
Essa será a primeira manifestação bolsonarista convocada
pessoalmente pelo ex-presidente desde o 8 de Janeiro, quando seus apoiadores
protagonizaram o ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília.