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Partidos apostam em novos nomes para ampliar
bancadas na Câmara de Salvador
Nas eleições do próximo ano, estimativa de renovação é de 30%
entre os 43 vereadores de Salvador
Alguns partidos políticos estão de olho na nova geração de
políticos para conseguirem aumentar suas bancadas na Câmara Municipal de
Salvador (CMS). Se antes era comum ver antigos parlamentares se reelegerem e
até se aposentarem no Poder Legislativo, há alguns anos essa tendência tem
ficado cada dia mais escassa, apesar de ainda ser praxe emplacar os famosos
"afilhados políticos".
Em 2020, dos 43 vereadores, 18 foram eleitos pela primeira vez -
uma renovação de cerca de 42%. No próximo ano, a estimativa é de 30%. Em 2022,
dos 39 deputados federais que faziam parte da bancada baiana, 36 tentaram à
reeleição, mas somente 22 conseguiram um novo mandato, uma renovação de 30%. Já
na Assembleia Legislativa da Bahia, dos 63 deputados estaduais, apenas 38 foram
reeleitos, uma renovação de 39%.
PDT
O presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça,
já afirmou que a legenda passará por uma total "reestruturação" e,
inclusive, os dois atuais vereadores Anderson Ninho e Randerson Leal devem
deixar o partido porque, segundo ele, "não estão alinhados" com o
partido que faz parte da base governista do prefeito Bruno Reis (União Brasil)
e deve concorrer à reeleição no próximo ano. O PDT, inclusive, já oficializou o
apoio à reeleição e defendem a permanência da dobradinha com a correligionária
e atual vice-prefeita Ana Paula Matos em 2024.
Pelo PDT há dois nomes que são as principais apostas na disputa
à CMS. Um deles é Zilton Kruger, atual diretor-geral da Codecon (Diretoria de
Ações de Proteção e Defesa do Consumidor). Ligado ao deputado federal Léo
Prates (PDT), de quem já foi assessor, ele também comandou a Prefeitura-Bairro
da Pituba/Rio Vermelho até janeiro desse ano. Na época, sua volta à Codecon,
onde também atuou em 2020, foi ventilada como maneira para fortalecer seu nome
à eleição municipal no próximo ano, mas ele negou que teria interesse em sair
candidato, mas deve acabar se concretizando. Outro nome é Omar Gordilho, atual
presidente da Limpurb. Em 2020, ele chegou a sair candidato a vereador pelo
PDT, mas não conseguiu se eleger.
Podemos
Após a fusão com o PSC, o Podemos é outro partido que está
apostando na renovação, inclusive, emplacou logo na presidência municipal do
partido um outsider, mas nem tanto. Já que
João Cláudio Bacelar é filho do deputado federal Bacelar (PV),
mas nunca disputou uma eleição. Não é novidade pra ninguém que políticos já
conhecidos da população coloquem seus filhos como espólio eleitoral, ainda mais
no Nordeste e na Bahia. Advogado com especialização eleitoral e administração
pública, ele é uma das grandes apostas do partido. Apesar de ser sua primeira
disputa, ele já foi superintendente federal de agricultura, pecuária e
abastecimento no Estado.
A chegada dele comando da legenda em outubro em Salvador não foi
bem vista pelos atuais vereadores Sidninho, Toinho Carolino e Ricardo Almeida.
Isso porque o partido deixou a base de governo do prefeito e agora faz parte da
base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Agora, o trio está em busca de novo
partido para disputar a reeleição no próximo ano.
PP
Apesar de fazer parte da base de Lula e Jerônimo nas esferas
federal e estadual, o PP se mantém na base aliada do prefeito Bruno Reis e isso
não mudará no próximo ano. É o que garante o vereador Maurício Trindade em
entrevista ao Portal M!. Hoje,
o partido possui seis vereadores, além dele, Leandro Guerrilha, Sabá,
Roberta Caires, George "o gordinho da favela" e Sandro Bahiense. A
grande aposta do partido para o próximo ano é o radialista Jorge Araújo, mais
conhecido como o "repórter do povo". A convite de Bruno Reis, ele
saiu candidato a deputado federal na última eleição, mas não foi eleito. No
entanto, conseguiu 32 mil votos, saldo que o animou a tentar uma cadeira na
CMS.
PSDB e Cidadania
Os tucanos também apostam em dois novos nomes. Um deles é Dudu
Magalhães, que é presidente da ala Jovem do partido na Bahia e sobrinho do
ex-deputado federal Jutahy Magalhães. Outro nome é a Tia Jove, que conta com o
apoio da Assembleia de Deus, na qual é uma liderança, e também é a primeira
suplente do partido na CMS. Atualmente, a legenda tem quatro vereadores: Daniel
Alves, Cris Correia, Téo Senna e Carlos Muniz, presidente do Legislativo.
Já o Cidadania que faz parte da federação com o PSDB, possui
apenas um vereador: Joceval Rodrigues, mas em breve ele deixará o partido
porque faz parte da base de Jerônimo e pretende continuar. Então, a aposta da
legenda é sua suplente, Isabela Souza, que também preside o diretório municipal
e é aliada de Bruno Reis.
Outros nomes
O presidente da da Companhia de Desenvolvimento do Estado da
Bahia (Conder), ex-vereador José Trindade (PSB), desistiu de disputar a
prefeitura de Salvador, mas vai tentar emplacar seu chefe de gabinete, Humberto
Neto. Outro nome da Conder também deve disputar uma vaga na CMS. Antes de
assumir a Diretoria de Habitação e Urbanização Integrada da instituição em maio
deste ano, Carlos Kleber Costa de Almeida foi assessor do deputado federal
Antonio Brito (PSD) e é uma das grandes apostas da legenda para renovação.
Ainda na ala do governo Jerônimo, o PT aposta no nome do ex-presidente
municipal Ademário Costa.
Pelo PL, o ex-capitão da PM-BA e ex-secretário de Cultura no
governo Bolsonaro, André Porciúncula, deve tentar uma vaga na CMS. Ligado ao
vereador Alexandre Aleluia (PL), ele se candidatou a deputado federal em 2022,
mas não obteve êxito. Ainda no partido do ex-presidente Bolsonaro e comandado
na Bahia pelo ex-ministro João Roma também desponta o nome de Alexandre
Moreira, chefe de gabinete do deputado estadual Diego Castro.
O presidente nacional da ala jovem no União Brasil, Lucas
Moreno, é uma das apostas do partido para vereador na capital baiana. Ele tem o
apoio do ex-prefeito ACM Neto e do prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo.
Já pelo Republicanos, o líder comunitário de Cajazeiras e
empresário, Kel Torres, tentará novamente conseguir uma cadeira na CMS no
próximo ano. Em 2020, teve 6.346 votos, mas ficou apenas como suplente. No
entanto, chegou a assumir por 120 dias o cargo no lugar da correligionária
Ireuda Silva em 2022, que se licenciou como vereadora para comandar a eleição
do partido na época.