Divulgação (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Lula retoma
viagens internacionais nesta semana
Presidente vai a Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e
Alemanha
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai retomar sua
agenda de viagens oficiais internacionais nesta semana. A retomada acontece
dois meses após o petista se submeter a uma cirurgia para restaurar a
articulação do quadril. As informações são da Agência Brasil.
Antes de desembarcar nos Emirados Árabes, onde participará da
28ª Conferência de Mudanças Climáticas (COP28), da Organização das Nações
Unidas (ONU), que começa no próximo dia 30, Lula também visitará a Arábia
Saudita e o Catar.
Na sequência, o presidente e sua comitiva seguirão para a
Alemanha, com chegada prevista no dia 2 ou 3 de dezembro para se reunir com
representantes do governo local, para tratar de temas de interesse dos dois
países.
Lula viajará na companhia de vários ministros, incluindo Marina
Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Mauro Vieira, das Relações
Exteriores; da primeira-dama Rosângela Lula da Silva e convidados.
Segundo o embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte, secretário do
Itamaraty para África e Oriente Médio, Lula e seus acompanhantes devem
permanecer um dia na Arábia Saudita e outro no Catar.
O governo brasileiro decidiu aproveitar a ida do presidente a
COP28 para incluir uma escala na Arábia Saudita e, assim, atender a um convite
do rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. No país, Lula se reunirá com o príncipe
herdeiro Mohammed bin Salman, que cumpre as funções de chefe de Estado. Ele
também participará de um encontro com empresários sauditas e de um evento de
promoção de produtos da brasileira Embraer.
"Há a possibilidade de incremento dos investimentos
sauditas no Brasil. Já houve [em outubro de 2019] um anúncio da intenção de se
investir [no Brasil] algo em torno de US$ 10 bilhões, parte dos quais já vêm
sendo investidos, mas há ainda uns bons passos para se desenvolver mais esta
relação", disse Carlos Duarte.
No Catar, Lula aproveitará o contato com lideranças políticas e
empresariais para aprofundar e diversificar a relação bilateral. "[O
Catar] é um país que tem uma ação econômica importante na região e além. Também
tem uma ação política relevante e é interessante [para o Brasil] manter,
aprofundar e diversificar não só a relação econômica, como a política",
explicou o embaixador.
Carlos Duarte admitiu a possibilidade de Lula aproveitar a
passagem pelo Catar para tratar da guerra entre Israel e o Hamas, grupo
político-militar que controla a Faixa de Gaza e que em 7 de outubro atacou o
território israelense, matando centenas de civis e dando motivos para o governo
israelense bombardear a Faixa de Gaza, matando, indiscriminadamente, a civis e
integrantes do Hamas.
O Catar atuou como mediador junto ao Hamas para que o grupo
liberasse os reféns sequestrados, o que possibilitou o estabelecimento de um
acordo de cessar-fogo.
"O Catar é um país que tem uma interlocução com as partes e
com o qual o Brasil tem mantido um canal de diálogo aberto. Ultimamente, na
questão da repatriação dos brasileiros que se encontravam em Gaza, o ministro
Mauro Vieira se referiu ao Catar, mais de uma vez, como sendo um interlocutor
importante neste processo", lembrou o embaixador.
Agenda na Alemanha
Embora a COP28 só termine no dia 12 de dezembro, Lula deve
deixar os Emirados Árabes no dia 2 de dezembro. Do Oriente Médio, o presidente
e parte de sua comitiva viajarão à Alemanha, onde Lula se reunirá com o
presidente Frank-Walter Steinmeier, que compareceu à posse do petista em
janeiro deste ano. Lula também se encontrará com o primeiro-ministro Olaf
Scholz em ao menos duas ocasiões, incluindo um jantar oferecido por Scholz, em
3 de dezembro.
No dia 4, membros da delegação brasileira participarão da 2ª
Reunião de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível. "A Alemanha só
possui este mecanismo com o Brasil, na América Latina, e com poucos países de
outras regiões", explicou a embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes,
secretária para Europa e América do Norte do Itamaraty, lembrando que a
primeira reunião ocorreu em 2015.
Terceira maior economia mundial, atrás dos Estados Unidos e da
China, a Alemanha é um importante parceiro do Brasil, sobretudo nos campos
tecnológicos e industrial. Mais de 1.000 empresas alemãs já atuam em território
brasileiro e, segundo o Banco Central, o país germânico é a oitava maior fonte
de investimentos no Brasil.
"Entre todos os países [europeus e norte-americano] da
secretaria da qual eu me ocupo, a Alemanha foi, certamente, um dos com os quais
nós mais avançamos no relacionamento bilateral ao longo deste ano",
sublinhou a embaixadora.
De acordo com Maria Luisa, a delegação brasileira viaja a
Alemanha com a expectativa de assinar uma série de memorandos de entendimento,
declarações conjuntas, cartas de intenções, planos de trabalho e acordos para trocas
de informações que já vêm sendo discutidos há meses.
"É
uma agenda ampla, relevante para ambos os países. As principais áreas [de
interesse] são meio ambiente; mudança climática; desenvolvimento global;
agricultura; bioeconomia; energia; saúde; ciência e tecnologia e inovação. Além
disso, a Alemanha é um dos países que defendem [a assinatura do] acordo
Mercosul-União Europeia", destacou a embaixadora antes de manifestar a
expectativa de que o acordo entre os dois blocos regionais seja assinado ainda este
ano. "Estamos fazendo o possível para isso".