divulgação (Foto: Reprodução/Vídeo)
"Não existem ataques virtuais, existem ataques e ponto", diz
Jamil Chade sobre ameaças de morte
Processo já corre nos meios legais, e as autoridades estão investigando
os culpados
O jornalista Jamil Chade afirma que já
foram coletados os dados dos perfis que o ameaçaram de morte nas redes sociais
nos últimos dias, após a publicação de um artigo sobre a “difusão do ódio como
instrumento de poder”, no Portal UOL.
Em entrevista ao Jornal da Cidade, na Rádio
Metropole, o jornalista e correspondente internacional afirmou
que os ataques foram feitos depois de uma série de matérias críticas ao governo
do presidente Jair Bolsonaro.
"Difícil
saber se é só esse artigo, ou se é simplesmente a decisão de algum algorítmo ou
de algum grupo específico de virar a artilharia dessa vez contra o que eu
escrevo e começar a atacar. Na verdade, os ataques são frequentes e os insultos
são frequentes. A grande diferença é que, desde a semana passada, eles deixaram
de ser insultos — o que já é grave o suficiente, para ser ameaças de morte, o
que é um crime muito claro", afirma.
Chade
afirma ainda que não faz sentido normalizar as agressões feitas através das
redes sociais. "Tem uma situação que acho que a gente precisa colocar de
uma forma muito clara: é que não existem ataques virtuais, existem ataques e ponto.
O impacto desse ataque é intimidar, calar, constranger, e isso é real",
diz.
O
processo já corre nos meios legais, e as autoridades estão investigando os
culpados. "A gente não pode dizer que isso é a nova vida, o novo mundo, e
vida que segue. Não é assim. Se você tivesse num bar, num restaurante, escola
ou qualquer outro lugar, você provavelmente ou denunciaria ou pelo menos
chamaria a policia. Algo similar tem que acontecer no mundo virtual",
afirma o jornalista.
“Espero te ver em uma geladeira de algum IML [Instituto Médico
Legal] por ai”, diz um dos perfis que atacou o jornalista. Também nas redes
sociais, políticos se posicionaram em solidariedade a Jamil Chade. O presidente
do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por exemplo, disse que a situação é “uma
conduta abominável e covarde”.