divulgação (Foto: Reprodução)
Estudante
da Ufba denuncia golpe com falsa aluna que divulga casa para dividir
A aluna de saúde diz ter encontrado outras seis jovens que quase caíram
no mesmo golpe
Há
quase dois anos sem aulas presenciais, as universidades se preparam para o
retorno dos alunos aos campi universitários. E
muitos deles, moradores do interior da Bahia, estão retornando a Salvador. No
meio desse processo por busca por apartamento para alugar, circulam nas redes
sociais casos de estudantes que estão sendo vítimas de tentativas de golpes na
internet.
É
o caso de Marjorie Gomes, 27, estudante de saúde na Universidade Federal
da Bahia (Ufba). Marjorie caiu em um golpe ao procurar por apartamento na
plataforma OLX. A golpista, que se passou também por uma estudante procurando
uma colega para dividir apartamento, lhe tirou R$ 1.500.
"Eu
achei um anúncio na OLX. Ele mostrava algumas imagens de apartamento. Tinha na
descrição que era para duas pessoas, e que ela era concurseira e era uma pessoa
organizada", conta Marjorie. Ela entrou em contato com a mulher que fazia
o anúncio por dois canais, através do próprio chat da OLX e pelo WhatsApp. Em
ambos, a mulher se apresentava com um nome diferente.
"Eu
fiquei meio cabreira porque no chat da OLX o nome tava como Duda, no WhatsApp
estava como Rai e quando ela se apresentou disse que se chamava Jessi",
explica. Mesmo estranhando, Marjorie continuou a negociação.
Durante
a conversa, a mulher pediu um adiantamento do aluguel de março, o proporcional
aos dias restantes do mês de fevereiro e ainda um empréstimo para que Jessi
pagasse o aluguel que estava atrasado. "Ela filmou a tela do celular dela
dizendo que o aplicativo do banco não estava funcionando", diz Marjorie,
que explica que a filmagem fez com que ela acreditasse na palavra de Jessi.
Depois
de ter enviado o dinheiro, a mulher continuou a conversar com Marjorie e pediu
a ela o Pix para devolver parte do dinheiro emprestado. “Eu mandei meu Pix, que
é o número do meu celular. Daí, eu recebi mensagem de uma menina perguntando se
eu era a dona do apartamento que estava alugando, ela queria me transferir o
dinheiro”, conta. Marjorie estranhou a conversa e não deu continuidade. Só
depois entendeu que a menina seria mais uma vítima do golpe.
Durante
a madrugada e depois de ter pago os R$ 1.500, Marjorie foi bloqueada pela
golpista.
Outras
vítimas
Ao
todo, seis estudantes entraram em contato com ela. “Eu desativei o meu Pix para
não me envolver. Mas as meninas me mostraram o print da conversa em que a
mulher falava para que pagassem o valor para a dona do apartamento, que seria
eu”, explica. Segundo Marjorie, o esquema usaria as próprias vítimas para
pagarem umas às outras.
Marjorie
conseguiu rastrear o destino do seu dinheiro. No pagamento feito à Jessi, ela
enviou R$ 1.200 por Pix, para um homem chamado Fabrício. O restante do dinheiro
precisou ser pago via transferência, e foi enviado para uma empresa de aluguel
de carros.
“Consegui
contato com a advogada da empresa, ela disse que viu o comprovante de
pagamento, e eu perguntei se ela poderia me devolver”, conta, mas a advogada
disse que não seria possível porque o comprovante de pagamento teria sido usado
para retirar um veículo.
Marjorie acrescenta que prestou queixa na Delegacia de Furtos e
Roubos, mas se queixa da falta de vontade dos policiais. “Eu atualizei o
boletim de ocorrência umas quatro vezes com as informações que eu descobria,
porque a polícia não teve nenhum interesse em tentar reaver esse dinheiro”.
“Não é justo. Eu descobri outras vítimas, vítimas que vivem em Salvador através
de doações e não é justo a polícia não ligar para isso”, complementa.