divulgação (Foto: Reprodução)
Mulher
sofre tentativa de agressão e vaias ao vacinar irmã e filha como prioridade em
Feira de Santana
Família pede que a Prefeitura ceda as imagens das câmeras de segurança
do posto de saúde
Na manhã desta quarta-feira (5), a
publicitária Monaliza Carneiro vivenciou uma cena de terror na cidade de Feira
de Santana, na Bahia. Ao levar a filha, Júlia, e a irmã Tandara, ambas dentro
do espectro autista (TEA), para receberem a dose de reforço da vacina contra a
Covid-19, ela foi atacada por um homem desconhecido e vaiada por toda a fila do
posto de saúde.
O
caso, que denunciou nas redes sociais, aconteceu após pensarem que ela, a irmã
e a filha haviam 'furado a fila', por terem sido atendidas com prioridade.
Pessoas com Transtorno Espectro Autista estão incluídas por lei na lista de
atendimento prioritário em estabelecimentos comerciais, serviços e instituições
financeiras.
“Chegamos bem cedo, falei que estava com duas pessoas autistas —
uma delas com deficiência intelectual — e a enfermeira me passou para frente e
pediu para que aguardasse. Tinha uma fila bem grande, ficamos aguardando. No
momento que entramos na sala, que a enfermeira começou a aplicar a injeção na
minha irmã, do nada esse homem entrou na sala com capacete, querendo me
agredir. Eu falei que eram autistas, ele falou que queria ver o laudo, queria
tirar o laudo da minha mão. Foi para cima até da enfermeira, todo mundo ficou
muito nervoso”, conta Monaliza ao Metro1.
As
meninas ficaram nervosas, e sua irmã, que também tem deficiência intelectual,
achou que o homem iria agredi-la. Mas após insistência, o homem saiu da sala.
“Quando
saímos na porta, vaia. Minha filha ficou bem nervosa e minha irmã teve uma
crise de choro. Eu falei para eles que eles são doentes, que eu estava com duas
pessoas autistas. Fiquei com medo de ser agredida quando vi aquela multidão,
fiquei com muito medo. A sensação que eu tinha era que se alguém me desse um
tapa, todo mundo viria pra cima”, diz.
Segundo
Monaliza, essa não é a primeira vez que recebe tamanha hostilidade pela
prioridade dos filhos autistas. Quando foi vacinar o filho mais novo, também
dentro do espectro autista, passou por situação semelhante. A diferença é que
na ocasião, em outro posto de saúde, havia um segurança, que conseguiu acalmar
as pessoas.
Desta
vez, após chegar em casa e precisar medicar a irmã, que não conseguia se
acalmar, Monaliza precisou registrar boletim de ocorrência na Polícia. Como não
conseguiu identificar o homem, a família ainda pede que a Prefeitura ceda as
imagens das câmeras de segurança do posto de saúde.
“O posto de saúde alega que ele não foi vacinado, que depois que
saiu e fez o escândalo, saiu sem se vacinar. Por isso, não poderiam me passar
os dados dele. Mas a câmera pega bem o local onde a gente estava. Solicitei que
a Secretaria da Mulher, que está me dando o apoio nesse momento, peça as
imagens das câmeras”, afirma Monaliza.