divulgação (Foto: Reprodução)
Após repercussão, polícia adianta depoimento de criança em denúncia de
racismo no Atacadão
Segundo informações do advogado Ivonei Ramos, a autoridade policial já
fez a revisão das imagens da câmera de segurança, que não foram liberadas para
a mãe da vítima quando requisitado
A Polícia Civil adiantou para esta quinta-feira (9) o depoimento
do menino de 8 anos vítima de um suposto caso de racismo no Atacadão, em
Salvador, depois da repercussão alcançada pelo caso nos últimos dias.
A oitiva acontecerá às 10h, e a mãe da criança, Vitória Dimas, de 22 anos,
também será ouvida.
Segundo
informações do advogado Ivonei Ramos, a autoridade policial já fez a revisão
das imagens da câmera de segurança, que não foram liberadas para a mãe da
vítima quando requisitado, e a defesa deve ter acesso ao vídeo ainda na
quinta-feira.
"Como
se trata de uma criança, ela ocupa a sala especial com uma pessoa capacitada
para ouvir o menor, assim como a mãe vai ser ouvida", explica Ivonei.
"Após ser ouvido, com a exibição das imagens, a gente vai ingressar com a
ação, ainda não se sabe de que forma vai ser tipificado o crime".
De
acordo com Vitória, o seu filho foi abordado por uma funcionária do
estabelecimento, que, ao ver a criança com um pacote de macarrão instantâneo
nas mãos, perguntou se ele ia pagar pelo produto ou se iria roubá-lo.
Após a situação, a garçonete Vitória Dimas, de 22 anos,
solicitou acesso às imagens da câmera de segurança do local, mas o gerente,
identificado com o nome de Paulo Vinícius, não teria permitido. A
situação aconteceu no dia 30 de novembro (mês da Consciência Negra), por volta
das 20h. Um boletim de ocorrência foi registrado no mesmo dia.
OUTRO LADO
Procurado pela reportagem do Metro1,
o Grupo Carrefour, empresa que administra o Atacadão, disse que "tomou
conhecimento do caso" e iniciou "rigorosa apuração interna e
está buscando contato com a cliente para qualquer tipo de suporte". A rede
disse ainda que "reitera o seu compromisso com políticas sérias de
diversidade e repudia veementemente qualquer tipo de discriminação".
O Grupo Carrefour esteve envolvido em um caso grave de
racismo às vésperas do dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, em 2020. Foi em uma loja da rede, no Rio Grande do Sul, que João Alberto
Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, foi espancado até a morte por
seguranças da loja.