
divulgação (Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil)
Janja depõe à Polícia Federal
sobre invasão de sua conta no X e postagens ofensivas
Ataque
ocorrido em dezembro de 2023 envolveu postagens ofensivas e de cunho sexual
A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na quarta-feira
(22), em Brasília, no inquérito
que investiga a invasão de sua conta no X, antigo Twitter. O
ataque, ocorrido em dezembro de 2023, envolveu postagens ofensivas e de cunho
sexual. Janja esteve
na PF acompanhada da advogada
Valeska Zanin Martins, que também atuou na defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A
investigação identificou os responsáveis pelo crime.
Um dos envolvidos, um adolescente de 17 anos do Distrito
Federal, confessou a invasão. Em razão da menoridade, o caso foi encaminhado à
Vara da Infância e da Juventude de Brasília. Segundo a PF, o jovem fazia parte
de grupos misóginos na plataforma Discord, onde interagia com outros
participantes que propagavam discursos de ódio. A polícia realizou mandados de
busca para aprofundar as investigações.
Operação identifica envolvidos e conteúdos
publicados
Entre os acusados, um deles publicava conteúdo musical com teor
racista, sexista, misógino e nazista em plataformas digitais. Durante a invasão
da conta de Janja, um dos hackers afirmou que, se fosse preso, seria por ser
uma “pessoa honesta”. Além disso, postou mensagens contra a primeira-dama, o
presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de
Moraes.
O ataque ocorreu por volta das 21h30 e durou cerca de uma hora e
meia. O perfil foi suspenso às 22h45. Janja afirmou que o relatório da
plataforma X sobre o incidente foi encaminhado à PF apenas quatro dias depois.
A invasão mobilizou o governo federal. Em menos de 24 horas, 14
ministros e o presidente Lula se manifestaram sobre o caso. A Polícia Federal
realizou operações para identificar os responsáveis, enquanto a Advocacia-Geral
da União (AGU) notificou a plataforma X.
Polícia Federal abre inquérito
A Polícia Federal iniciou um inquérito em dezembro para
investigar a invasão da conta de Janja no X, ocorrido na noite de 11 de
dezembro. Na ocasião, a PF informou que as investigações começaram logo após a
divulgação do crime.
A investigação foi conduzida pela Diretoria de Crimes
Cibernéticos (DCiber) e vinculada a um inquérito em andamento que apura ataques
a outras mulheres do governo federal e do parlamento. Além disso, a invasão da
conta gerou uma resposta imediata da Advocacia-Geral da União (AGU), que
notificou a plataforma X na mesma noite do ataque.
Ação da AGU e manifestação de Janja
A AGU enviou uma notificação extrajudicial à rede social,
solicitando o bloqueio da conta @JanjaLula até a conclusão das investigações e
a preservação de todos os dados relacionados ao perfil. A medida visava
garantir a integridade das provas digitais enquanto o caso é apurado.
A primeira-dama chegou a se pronunciar sobre o ocorrido em sua
conta no Instagram. “Na noite de ontem, os ataques de ódio e o desrespeito que
eu sofro diariamente chegaram a outro patamar. Minha conta no X foi hackeada e,
por minutos intermináveis, foram publicadas mensagens misóginas e violentas
contra mim”, declarou.
Dias depois, quando conseguiu recuperar o acesso à conta, Janja criticou administradores da
plataforma e disse que redes são coniventes com
discursos de ódio porque têm lucro com eles.
“Me senti exposta, agredida, ameaçada e desrespeitada como nunca
antes. Foram momentos de angústia, ansiedade e tristeza, mas também de
acolhimento e força com tantas mensagens de apoio e conforto que recebi”,
disse.
Ela afirmou que pensou bastante sobre voltar ou não para a
plataforma, não só pelas agressões em si, “mas principalmente por toda a demora
dos administradores da rede X em agir”. Ela apontou lentidão no trabalho para
“congelar” o perfil, a fim de interromper as postagens imediatamente.