Divulgação (Foto: Agência Brasil)
Bahia registrou quase 130 homicídios de
mulheres em 2023
Estudo comparou números da violência com dados do Ceará,
Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo
Ao todo, 129 mulheres foram vítimas de homicídio na Bahia ao longo do
ano de 2023. O número é o maior entre os oito estados analisados pela Rede de
Observatórios da Segurança, projeto do Centro de Estudos de Segurança e
Cidadania (Cesec).
No boletim "Elas vivem: liberdade de ser e viver", divulgado
nesta quinta-feira (7), a rede destaca o panorama das violências contra as
mulheres no território baiano e também nos estados do Ceará, Maranhão, Pará,
Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em toda a amostra, foram 3.528 registros, distribuídos entre casos de
homicídio, feminicídio, estupro e outros crimes.
O número de homicídios registrado pela rede na Bahia também supera a
marca de feminicídios, quando o assassinato é motivado por violência doméstica
ou discriminação de gênero. Ao longo do último ano, 70 feminicídios foram
notificados no estado, abaixo dos índices de São Paulo (174), Rio de Janeiro
(99) e Pernambuco (92).
Para contabilizar os casos, a Rede de Observatórios usa a veiculação na
mídia como ponto de partida da coleta de informações. A metodologia consiste na
compilação de registros de violência e segurança feitos em sites, jornais e
redes sociais, entre outros meios, para posterior análise e revisão. Os
pesquisadores também consideram dados obtidos por outras fontes.
Como o estudo reconhece, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA)
instituiu um departamento de proteção às mulheres, ancorado por ações como a
Ronda Maria da Penha. Ainda assim, os esforços não se mostram suficientes para
atender todo o território.
"A Bahia tem 417 municípios e apenas 38 centros de atendimento a
mulheres, sete Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher (Neams) e uma
baixa quantidade de delegacias especializadas. Isso faz com que o estado
permaneça com altos números de feminicídios no Nordeste", aponta o texto.
Para a Rede de Observatórios, uma ação eficaz para atacar os altos
índices de violência inclui justamente a ampliação dessa rede, com maior
cobertura ao longo do território baiano e agentes qualificados para receber as
mulheres, sem revitimizá-las.