Divulgação (Foto: Reprodução)
Ex-diretor
da polícia civil do Distrito Federal é preso por suspeita de perseguir mulher
Robson Cândido é suspeito de utilizar a estrutura da corporação
para perseguir uma mulher
O ex-diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson
Cândido, foi preso preventivamente na manhã deste sábado (4), em Brasília.
Cândido é suspeito de utilizar a estrutura da corporação para perseguir uma
mulher.
A operação foi conduzida pelo Núcleo de Investigação e Controle
Externo da Atividade Policial (Ncap), com apoio do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro de Inteligência do Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). De acordo com as investigações,
Cândido utilizava viaturas descaracterizadas, celulares corporativos, carros
oficiais e celulares de outros delegados da direção geral para perseguir a
vítima.
O Estadão tentou falar com a defesa de Robson, mas não teve
retorno até a última atualização deste texto. O espaço segue aberto.
O suspeito teria utilizado seu cargo para grampear ligações
telefônicas da mulher e obter informações de forma ilícita. Além da vítima, que
diz ter sido amante de Cândido, a esposa dele também já havia feito denúncia
contra o delegado por ameaça.
Segundo o portal G1, outro delegado, responsável pela 19ª
Delegacia de Polícia, Thiago Peralva, seria o responsável por incluir o
telefone da mulher perseguida por Cândido em uma interceptação telefônica que
apurava crime de tráfico de drogas, pelo qual ela não era investigada. Peralva
foi procurado pela reportagem, mas ainda não respondeu.
Em um trecho da denúncia ao qual o Estadão teve acesso, os
investigadores afirmam que há indícios de que a vítima teria sido grampeada para
que os suspeitos tivessem acesso a sua localização em tempo real.
A vítima afirmou que é perseguida por Robson, que a surpreende
na rua e em locais frequentados por ela. Segundo os promotores, a declaração
"fortalece os indícios da utilização indevida da medida de monitoramento
para prática do delito de stalking".
Em nota enviada ao Estadão, a Polícia Civil informou apenas que
vai apurar os fatos no âmbito da corregedoria-geral de polícia. O MPDFT também
não deu detalhes sobre o caso.
No mês passado, Cândido deixou a chefia da Polícia Civil do
Distrito Federal após ter sido acusado de crimes inseridos na lei Maria da
Penha. Na ocasião, argumentou que estava deixando o cargo para cuidar de
problemas pessoais. O delegado estava no comando na corporação desde 2019,
quando foi nomeado pelo governador Ibaneis Rocha. Após a reeleição, Ibaneis
manteve Cândido no cargo até seu pedido de exoneração no mês passado.