divulgação (Foto: Reprodução/Inspeção do Trabalho)
Mais de 200 pessoas são resgatadas de trabalho escravo em produção de
cana
Em 2023, a auditoria fiscal do Trabalho do MTE já resgatou 890
trabalhadores nessas condições
Mais um grupo de trabalhadores foi resgatado de condições
análogas à escravidão. Desta vez, foram 212 pessoas que prestavam serviço a
usinas de álcool e produtores de cana de açúcar dos municípios de Araporã, em
Minas Gerais, e Itumbiara, Edeia e Cachoeira Dourada, em Goiás. A operação
responsável pelo resgate foi realizada pelo Grupo Móvel do Ministério do
Trabalho e Emprego, na última sexta-feira (17).
Os trabalhadores eram contratados por uma empresa de prestação
de serviços terceirizados que intermediava a mão de obra. A maioria dos
trabalhadores foi aliciada no Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte e
transportada clandestinamente para Goiás.
Segundo a fiscalização, foi constatada a cobrança pelos aluguéis
dos barracos usados como alojamentos e por ferramentas utilizadas no trabalho.
Além disso, eles não recebiam alimentação, não tinham banheiros nas frentes de
trabalho e nem equipamentos adequados de proteção contra os agrotóxicos que
eram usados. Alguns dos quartos sequer possuíam janelas e havia casos em que os
trabalhadores precisavam pagar pelo colchão.
As empresas envolvidas concordaram em pagar R$ 2,57 milhões de
verbas rescisórias e mais 50% desse valor como dano moral individual,
totalizando R$ 3,855 milhões. O Ministério Público do Trabalho também propôs
pagamento de R$ 5 milhões por dano moral coletivo, mas ainda não há acordo.
Além disso, a Polícia Federal instaurou um inquérito contra os responsáveis
para apurar a prática do crime de submissão de trabalhadores a condições
análogas à escravidão.