divulgação (Foto: Reprodução)
Feira de
Santana: Há 2 meses sem salários, terceirizados das escolas fazem nova
manifestação
Trabalhadores
terceirizados da Secretaria de Educação de Feira de Santana se reuniram para
fazer mais uma manifestação, na manhã desta segunda-feira (19), para
protestarem contra o atraso nos pagamentos dos salários, ticket alimentação e
vale-transporte, que já dura dois meses, pela empresa responsável pelos
contratos. As informações são do site Acorda Cidade, parceiro do Bahia
Notícias.
Na última segunda-feira (12), os trabalhadores terceirizados já
haviam realizado uma manifestação em frente à empresa e a Secretaria de
Educação para cobrar os pagamentos. Estão sem receber porteiros, vigilantes,
serviços gerais e merendeiras.
De acordo com os terceirizados, a empresa contratante, Fundação
ADM, alega que não tem dinheiro em caixa para realizar os pagamentos e culpa a
Secretaria de Educação por não ter feito o repasse.
Segundo um trabalhador, que preferiu não se identificar por medo
de represálias, além dos salários e benefícios atrasados, eles também denunciam
desvio de função na carteira de trabalho.
“Exercemos a função como porteiros nas escolas e vigilantes,
para os colegas da noite, mas na nossa carteira estamos como auxiliares de
serviços gerais. Então essa é uma das nossas reivindicações, para que a gente
possa exercer a função que foi estabelecida em contrato. Além disso, estão
atrasados dois meses de ticket-alimentação, referente a agosto e setembro,
estamos reivindicando fardamentos, assinatura de contrato e principalmente os
nossos salários, que até hoje não recebemos nenhum centavo”, afirmou o
trabalhador.
Ainda segundo o entrevistado, muitas famílias estão passando
fome em casa, e os colegas têm feito vaquinhas para ajudar.
“São mães e pais de famílias aqui que estão lutando pelos seus
direitos. Estamos no meio de um cabo de guerra entre a empresa e a Secretaria
de Educação, um joga para um lado, outro joga para outro, mas quem sofre somos
nós, estamos passando fome, contas atrasadas, filho chorando em casa, situações
de saúde, estamos fazendo vaquinha para ajudar com nossos colegas, pessoas
chorando, com o nível de estresse altíssimo, estamos nos desentendendo até
entre nós mesmos porque a situação é complicada. Estamos em busca de resposta e
não obtemos até hoje”, afirmou.
Ele disse que os funcionários já se reuniram com a Secretaria de
Saúde, porém nada foi resolvido.
“Nós estávamos com a secretária de educação, Anaci Paim, e ela
deu a voz dela, assinou papéis em nossa frente, a bendita nota, que era o
motivo do erro para o dinheiro não ter caído, ela disse que solucionou o
problema e que na sexta-feira, não seria na quinta por conta dos horários dos
bancos, mas que na sexta-feira, esse pagamento estaria na conta. Hoje é
segunda-feira e estamos aqui novamente na porta da empresa, estamos sendo
feitos de palhaços indo para um lado e outro, e nada de dinheiro na nossa
conta. A resposta que tivemos é que esta fatura não foi paga e que a empresa
está sem recursos para fazer o pagamento”, relatou.
Procurada pela reportagem do Acorda Cidade, a Secretaria de
Educação do Município repetiu a nota de esclarecimento enviada ao site na
última quinta-feira (15), na qual afirma que o problema teria sido solucionado
pela empresa terceirizada.
Confira o que diz o órgão público na íntegra:
“Nota de Esclarecimento
Na tarde desta quinta-feira (15), a empresa terceirizada
responsável pela contratação dos profissionais de serviços gerais, que atuam
nas escolas da Rede Municipal, sanou as pendências relacionadas à adequação de
nota fiscal.
A instituição privada foi contratada mediante resultado de
licitação pública para fornecer mão de obra terceirizada com a função de
auxiliar de serviços gerais (diurno e noturno). Conforme previsto no contrato
assinado com a Prefeitura, a empresa deve apresentar a cada mês a nota fiscal
correspondente ao período e ao tipo de serviço executado para receber o
pagamento.
A secretária de Educação, professora Anaci Paim, recebeu uma
comitiva de funcionários para esclarecer a situação. Durante a reunião, os
participantes entenderam que estão ligados diretamente à terceirizada.
Com resolução das pendências, os salários e benefícios
trabalhistas dos funcionários serão ajustados pela empresa, que é a empregadora
e responsável legal.”