divulgação (Foto: Reprodução)
Em 6 anos, 1,8
mil baianos foram internados após acidente com combustível dentro de casa
Nos últimos 6 anos, 1.798 pessoas foram
internadas nos hospitais públicos baianos após acidentes domésticos envolvendo
o manuseio de álcool, querosene e outras substâncias muito inflamáveis.
Os registros são da Secretaria da
Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que identificou, através da Diretoria de
Vigilância Epidemiológica (Divep), o contexto residencial como o mais comum
para esse tipo de ocorrência entre 2016, quando começou a série histórica, e
2021.
Os "locais não
especificados" aparecem como segunda categoria de locais mais comuns, mas
com um número bem menor de pacientes internados: 119.
No total, 1.953 pessoas
deram entrada em 24 unidades hospitalares no interior e na capital durante o
período. O ano de 2020, conforme aponta a série histórica, figura como o mais
expressivo, com 463 casos.
A maior parte dos pacientes, 441
deles, foi acolhida pelo Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, unidade
de referência em queimados na Bahia.
O ano passado teve o segundo
maior quantitativo anual, com 367 pessoas dando entrada hospitais em
decorrência de urgências e emergências envolvendo os combustíveis.
O levantamento da Sesab mostra
ainda que o HGE também foi o responsável pela maioria dos internamentos em toda
a Bahia, concentrando 1.841 do total da série histórica. O Hospital Geral
Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, foi segundo da lista, com 25
pessoas acidentadas.
Em algumas das ocorrências, os
produtos inflamáveis foram usados para substituir o gás de cozinha. Questionada
sobre o reflexo dessa substituição, a Saúde do estado disse não ser possível
esse tipo de correlação por não possuir elementos suficientes.
Ao Bahia Notícias, no entanto, o
tenente Gilvan Rodrigues, do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA),
apontou que os chamados da coorporação cotidianamente dão conta de uma
associação entre o uso de combustíveis e as milhares de ocorrências em residências.
"Já era bastante comum esse
tipo de ocorrência, da utilização do álcool ou outros métodos para aquecer
alimentos", disse, citando também a utilização de madeira como substituto
frequente do gás.
Segundo ele, além de queimaduras,
a fumaça da queima da madeira pode causar intoxicações. "Uma das
características dessa madeira queimada em local inapropriado é que ela é
tóxica, então ela causa parada respitarória, com a obstrução das vias
aéreas".
O tenente alertou ainda que os produtos
superinflamáveis são químicos e não foram preparados para a queima ou para o
aquecimento de alimentos, portanto, devem ser evitados, até mesmo para o
acendimento de fogueiras.