divulgação (Foto: Reprodução/Prefeitura de Lauro)
Município de
Feira e responsáveis pelo Shopping Popular são acionados pelo MP
O Ministério Público (MP) estadual ajuizou na
segunda-feira (18), uma ação civil pública contra o município de Feira de
Santana, a Concessionária Feira Popular S/A e a Fundação Doimo. Conforme o
promotor de Justiça Ernesto Cabral de Medeiros, eles são os responsáveis pela
destruição do antigo setor de artesanato do Centro de Abastecimento de Feira de
Santana (Ceab).
A ação
visa a proteção das atividades de artesanato do Ceab, reconhecido pelo
Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) como patrimônio
histórico-cultural do Município e do Estado. Autor da ação, o promotor de
Justiça destaca que a demolição teve como objetivo a construção do Shopping
Popular Cidade das Compras.
O promotor solicita que o Município seja obrigado a concluir, em até 60 dias, a
obra da galeria exclusiva para a produção do artesanato na Rua Olímpio Vital,
convocando os artesãos para ocuparem o espaço mediante a cobrança de valores
praticados pela permissão de uso no antigo centro de estabelecimento, já que o
shopping não tem espaço para produção do artesanato, apenas para a venda; que
os acionados sejam determinados a concluir a obra do setor do artesanato no
Shopping Popular com galpão exclusivo na parte superior para os artesãos, com
boxes em tamanhos dobrados para cada artesão no prazo máximo de 60 dias,
convocando os artesãos para ocuparem o local e mediante custeio de manutenção
do setor de artesanato pelo Poder Público. Além disso, que o Município seja
obrigado a garantir, imediatamente, condições sanitárias e de segurança no
atual local provisório em que estão alocados os artesãos, enquanto não
realizada a inserção dos artesãos no Ceab.
O MP
também solicita à Justiça que determine aos acionados a implementação de outras
medidas e pagamento de indenizações. Segundo o promotor de Justiça, os
acionados praticaram diversos atos que resultaram em constante violação ao
patrimônio cultural reconhecido pelo Ipac.
O Centro de Abastecimento exerce as suas atividades de forma regular desde o
surgimento da cidade, sendo instituído sob a forma de autarquia municipal em
1977. Em 2016, o Ipac chegou a efetuar o registro especial provisório do Centro
como espaço coletivo de práticas culturais pelo setor do artesanato. O Ipac
embargou administrativamente a obra do Shopping Popular, mas, segundo o
promotor de Justiça, a medida foi ignorada pelos acionados.