divulgação (Foto: Euro Amâncio)
UPB prevê que
80% de cidades baianas vão ser afetadas com desoneração do IPI
A União dos Municípios da Bahia (UPB) estima
que cerca de 80% das cidades do estado vão perder recursos com a desoneração do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos e de eletrodomésticos.
Um
decreto presidencial da última sexta-feira (25) autorizou a medida sobre a
chamada “linha branca”. Com o IPI reduzido em torno de 25%, o Fundo de
Participação dos Municípios (FPM) também encolhe, já que o Fundo é formado por
verbas do IPI e do Imposto de Renda.
Segundo presidente da UPB, Zé Cocá, a intenção agora é
pressionar o Congresso Nacional para que haja uma compensação. “Aquecer a
economia é importante, mas a União não pode fazer renúncia fiscal tirando
recurso dos municípios. Fere a autonomia constitucional das prefeituras que não
se reestabeleceram ainda do impacto da pandemia nas receitas. Agora o prejuízo,
sobretudo para os pequenos municípios, será ainda maior”, afirma Zé Cocá,
também prefeito de Jequié, no Médio Rio de Contas, no Sudoeste.
Pelos cálculos da Confederação Nacional de Municípios (CNM), a
desoneração deve abater do IPI uma soma de R$ 19,5 bilhões neste ano. Como os
municípios detêm 24,75% desse recurso, a perda no FPM alcançará R$ 4,8 bilhões.
“Nós vamos nos organizar com a CNM para fazer um movimento
nacional, com prefeitos de todo Brasil, na pressão para que o Congresso aprove
uma lei compensatória”, completou Cocá.