divulgação (Foto: Reprodução)
Maior polo industrial da Bahia, Camaçari tem queda milionária de receita
após um ano da saída da Ford
Os impactos afetaram o comércio e
áreas como educação.
Após um ano de encerramento das
atividades da fábrica Ford no Brasil, a cidade de Camaçari, na Região
Metropolitana de Salvador, perdeu R$ 30 milhões do Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza (ISS) e mais R$ 100 milhões do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) da receita líquida. Considerado o maior Polo
Industrial da Bahia, o município convive com perda na arrecadação de receitas e
impactos fortes no comércio causado pelas demissões.
De acordo com o secretário de Administração de Camaçari, Helder
Almeida, a cidade, que tinha arrecadação anual de cerca de R$ 1,3 bilhão em
impostos, com a queda da receita os impactos são vistos no setor comerciário da
cidade e em áreas como da Educação. "Os impactos são muito visíveis na
queda do comércio, na própria queda de receita do município", disse.
"O setor da Educação também foi muito afetado por conta dos
cancelamentos de matrículas, sobretudo as universidades, mas também o ensino
médio e fundamental das escolas particulares", contou o secretário. A
prefeitura do município acredita que cerca de R$ 20 milhões mensais deixaram de
circular em Camaçari após a saída dessas pessoas do município.
Além da perda de receita, o município registrou mais de 12 mil
demissões. O número também conta com pessoas que não trabalhavam em empresas
relacionadas com a montadora de veículos, mas que prestavam serviços para os
funcionários, como escolas, restaurantes e lojas do comércio local.
"Vamos imaginar um salário médio de R$ 2 mil, que não é
isso, é mais um pouco, mas fazendo um cálculo mais conservador. Nós temos aí R$
20 milhões que deixam de circular mensalmente na economia do município",
relatou Helder Almeida.
Helder Almeida explica que os impactos da saída da Ford serão
sentidos pela prefeitura, de forma mais "dura" em 2023, quando será
feito um novo cálculo de participação das cidades no índice do ICMS. "Com
a pandemia, esse impacto [da saída da Ford] ficou meio misturado, meio
disfarçado, mas a gente sentiu na receita e a partir de 2023, quando o
recalculo é feito da participação no índice do ICMS, nós vamos sentir uma queda
significativa", contou o gestor.