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Prefeitura de Ilhéus aponta
irregularidades contratuais e decreta situação de emergência administrativa
Conforme a
gestão municipal, objetivo principal é implementar ações urgentes para garantir
a continuidade dos serviços públicos
A Prefeitura de Ilhéus decretou, na noite da
última sexta-feira (30), situação
de emergência administrativa, por meio do Decreto nº 329. A
medida foi publicada no Diário Oficial, com a assinatura do prefeito Valderico Junior (União Brasil) e
do secretário de Gestão,
Cristiano Carvalho. As informações são do G1 Bahia.
O objetivo principal é implementar
ações urgentes para garantir a continuidade
dos serviços públicos e atender a população local. O prazo inicial da
medida é de 90 dias,
podendo ser prorrogado, conforme necessidade.
Entenda o decreto
O decreto foi motivado pela situação encontrada na administração
municipal, caracterizada por diversos problemas deixados pela gestão anterior.
Entre as principais questões estão processos licitatórios não
iniciados ou concluídos, precariedade na estrutura dos prédios públicos e dos
serviços essenciais, como equipamentos e serviços de informática, e indícios de
irregularidades em contratos municipais. O município também enfrenta
desabastecimento de itens básicos como alimentos, ferramentas, EPIs e materiais
de limpeza.
A medida de emergência permitirá a contratação de bens e
serviços essenciais de forma emergencial, com base em princípios de legalidade,
responsabilidade e transparência. A prefeitura também se comprometeu a apurar
as causas que levaram à situação de emergência e encaminhará os resultados da
investigação aos órgãos competentes. Isso inclui a análise de contratos que
possam ter ilegalidades ou atos de improbidade administrativa.
Além das questões administrativas, a gestão municipal apontou
que a cidade enfrenta problemas críticos em áreas como abastecimento de
alimentos e materiais para os serviços públicos.
Conforme a gestão, há desabastecimento de itens essenciais, como
papel, café, açúcar, água e marmitas para servidores e beneficiários de
programas sociais. A falta de combustíveis para veículos da prefeitura também
foi apontada, além de deficiências na limpeza pública, como a escassez de
ferramentas, vassouras, pás e sacos de lixo.
Ainda segundo a nova gestão, prédios públicos e serviços
essenciais estão em situação de abandono evidente. A estrutura dos prédios
públicos, secretarias e autarquias encontra-se em estado precário, o que
dificulta o atendimento à população.
Além disso, os serviços de informática e processamento de dados
da prefeitura também estão comprometidos, o que prejudicaria a execução de
atividades administrativas e a eficiência dos serviços prestados.
Saúde teve emergência decretada
Dias após tomar posse, Valderico Junior já havia decretado situação
de emergência na saúde pública do município no Sul da Bahia. Em sua
justificativa, o novo gestor disse que “expõe o estado de abandono em que a
Secretaria de Saúde foi entregue pela gestão anterior e autoriza ações
imediatas para garantir o atendimento à população”.
De acordo com a Prefeitura de Ilhéus, a decisão de decretar
emergência é uma resposta a um conjunto de problemas que comprometem a
capacidade do município em oferecer serviços de saúde adequados à população.
A frota de ambulâncias, por exemplo, está em situação crítica,
com apenas duas unidades em funcionamento. Além disso, os almoxarifados da SMS
e das unidades de saúde estão praticamente vazios, resultando em um
desabastecimento generalizado de medicamentos essenciais.
Outro problema apontado pela administração municipal é o atraso
no pagamento de salários dos servidores efetivos e médicos que prestam serviços
à cidade, além de débitos milionários relacionados a esses pagamentos. A falta
de recursos nas contas bancárias vinculadas à Secretaria de Saúde é um reflexo
da difícil situação financeira enfrentada pelo município, com um saldo de pouco
mais de R$ 4 mil em contas destinadas ao custeio da saúde pública.
Medidas emergenciais para enfrentar crise
Diante do cenário, o decreto autorizou uma série de medidas
emergenciais para tentar reverter a situação e garantir que os serviços de
saúde sejam prestados à população. A primeira ação será a cessão de veículos
entre as secretarias do município, com o objetivo de suprir a falta de
ambulâncias e melhorar o atendimento nas unidades de saúde.
Caso os veículos cedidos não sejam suficientes para atender à
demanda, a administração poderá realizar contratações emergenciais de novos
veículos. Além disso, a medida autoriza a aquisição de peças e serviços para a
manutenção da frota de ambulâncias, o que visa minimizar o impacto causado pela
precariedade dos veículos em operação.
O decreto também prevê a apuração das responsabilidades pelas
causas que levaram à atual situação de emergência, com encaminhamento dos
resultados para órgãos de controle externo, como os Tribunais de Contas,
Ministério Público e Câmara Municipal.