Divulgação (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Sub Judice: Sheila Lemos ainda não é considerada reeleita e
Vitória da Conquista pode ter nova eleição
A prefeita teve sua candidatura indeferida pelo TRE em setembro,
mas entrou com um recurso especial no TSE
O resultado das eleições municipais de Vitória da Conquista
aponta a prefeita Sheila Lemos (União) como vencedora na disputa, com 58,83%
dos votos. Apesar disso, ela não pode comemorar porque oficialmente ainda não é
considerada reeleita. No resultado divulgado pelo Tribunal Regional Eleitoral
da Bahia (TRE-BA), os votos de Sheila aparecem “anulados sub judice”. Mesmo
vitoriosa, ela pode acabar não assumindo em 2025 e uma nova eleição pode ser
realizada.
A prefeita teve sua candidatura indeferida pelo TRE em setembro,
após a Federação Brasil da Esperança (PT/PcdoB/PV) pedir a impugnação sob o argumento
de que sua recondução ao cargo representaria alternância de poder. Isso porque,
com um novo mandato de Sheila, ela e a mãe, Irma Lemos, somariam três mandatos
consecutivos da mesma família, o que viola a legislação eleitoral. O caso
iniciou em 2020, quando Herzem Gusmão, então prefeito, foi internado com
covid-19, e Irma Lemos, vice-prefeita, assumiu interinamente por 13 dias. No
mesmo ano, ele foi reeleito com Sheila Lemos como vice, que acabou assumindo o
Executivo Municipal após a morte do prefeito.
Em 16 de setembro, o magistrado decidiu pelo indeferimento da
candidatura de Sheila, mas ela entrou com um recurso no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e aguarda decisão da Justiça. Por isso, mesmo assim, concorreu
na disputa. Em nota, o TRE-BA informa que “embora tenha recebido a maioria dos
votos, não será proclamado o resultado da eleição no município” até o
julgamento do TSE.
O que
vai acontecer?
O advogado Rafael Brito explica que em casos como este, a
tendência é que o julgamento aconteça até dezembro no máximo, “para não causar
insegurança”. “O TSE deve priorizar logo isso, porque sabe que tem que dar uma
segurança para a população, para o povo”, disse.
Caso a decisão do TRE-BA seja mantida, uma nova votação deverá
ser realizada no município, explica Brito. Já na hipótese da decisão ser
derrubada pela instância superior, em janeiro, os votos são validados. Neste
caso, Sheila Lemos tomaria posse, assim como os outros prefeitos eleitos.
Outros
casos
Em 2020, um caso semelhante ocorreu na Bahia. Di Cardoso venceu
a disputa pela prefeitura de João Dourado com a candidatura sub júdice, por
aspectos de inelegibilidade da sua candidata a vice-prefeita. No dia 1º de
janeiro de 2021, ele não tomou posse e o presidente da Câmara Municipal foi
quem assumiu a prefeitura até a decisão do TSE. Posteriormente a
Corte manteve o deferimento e uma outra eleição foi realizada em novembro
de 2021. Di Cardoso acabou concorrendo novamente e venceu, desta vez com
outra candidata a vice.